Taxa Selic em alta: risco ou oportunidade?

 

O ano de 2022 começou com a taxa Selic em 10,75%. Em seguida, o índice aumentou para 11,75% e chegou a 12,75% no início de maio. Na última reunião, dia 7 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) manteve a taxa básica de juros em 13,75%. Após 12 aumentos consecutivos, a taxa básica de juros se estabeleceu, pela terceira reunião consecutiva. Atualmente, é o maior índice dos últimos cinco anos.

Segundo o Bacen, ainda há um ambiente inflacionário pressionado aqui no Brasil e no mundo. Além disso, com a perspectiva de baixo crescimento global e alta volatilidade nos ativos financeiros, os economistas acreditam que há necessidade de se ter cautela. 

A alta da taxa Selic impacta diretamente o seu cotidiano e os seus investimentos. Para entender melhor como isso acontece, é preciso compreender o que esse indicador representa para a economia brasileira.

O que é a taxa Selic?

Quem ainda lembra da remarcação constante de preços (muitas vezes vertiginosa e mais de uma vez ao dia) conhece bem o fantasma da hiperinflação. De uma forma ou de outra, ele assombrou os brasileiros até os anos 90, com a chegada do Plano Real. E foi essencialmente para controlar a inflação que o Banco Central criou o Sistema Especial de Liquidação de Custódia (Selic), em 1979.  

O sistema registra diariamente todas as operações relacionadas a títulos do Tesouro Nacional. A taxa média resultante dessas negociações diárias configura a taxa Selic. Ela é a taxa de juros básica da economia brasileira, a referência para todas as negociações de ativos do mercado financeiro.  A Selic tem impacto sobre qualquer transação envolvendo juros, como os empréstimos, financiamentos ou investimentos. Para atuar no controle da inflação, a taxa Selic é definida a cada 45 dias pelo Copom.

Por que a taxa Selic está alta?

Antes de começar a subir, a taxa Selic passou por um período de baixa. Em 2021, o índice completou quatro anos sem chegar aos dois dígitos. Inclusive, entre agosto de 2020 e março de 2021, a Selic registrou o nível mais baixo da história.

A principal razão para esse crescimento foi o impacto da pandemia sobre a economia global. Bancos centrais ao redor do mundo adotaram a redução de juros como medida para aquecer as economias locais. 

Por que a taxa Selic não se manteve nos patamares da pandemia? 

Ao estimular a economia na pandemia, o consumo dos brasileiros aumentou e a pressão inflacionária cresceu. Além disso, a recuperação financeira de alguns setores da economia internacional levou ao aumento de preço das commodities. Isso aconteceu especialmente em função da crise enfrentada pela cadeia global de produção e logística, que resultou em alta nos preços de insumos e bens intermediários para a indústria. No mercado interno, as pressões da instabilidade política sobre a taxa de câmbio colaboraram para a alta na inflação, uma vez que insumos como as commodities são comprados em dólar. 

Como a alta da Selic afeta o dia-a-dia?

Tanto o aumento quanto a redução da taxa Selic têm grande influência na vida dos brasileiros. Por um lado, a elevação do índice parece benéfica por gerar rendimentos mais altos na renda fixa. Por outro lado, esse aumento indica que o dinheiro está mais caro e, por isso, é mais custoso financiar um carro, pegar um empréstimo ou expandir o seu negócio. 

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Nesse sentido, uma Selic alta indica maior dificuldade para distribuir recursos. As taxas para empréstimos bancários aumentam e tornam mais difícil o acesso ao crédito. Assim, o consumo tende a diminuir no país. Menos empresas tendem a expandir suas operações e, por isso, a renda tende a ser menor do que em contextos de Selic baixa.  

Além disso, com a dificuldade de acessar linhas de crédito, algumas empresas podem enfrentar dificuldades financeiras não contornáveis. Isso leva à redução de pessoal e, muitas vezes, ao decreto de falência. Ambas as situações contribuem para o aumento do desemprego. 

Quem consegue acesso a crédito arca com altos custos, que podem ser repassados para o preço final de produtos ou serviços.

Em resumo, a variação da taxa Selic é sentida por pessoas em todas as faixas de renda. Afinal, ela é o ponto de referência da nossa economia. Porém, a alta do índice não é totalmente negativa para todos. Para alguns setores, o aumento do índice representa uma oportunidade. 

Quem se beneficia com a alta da Selic?

Alguns setores da economia se beneficiam com a alta da Selic, principalmente bancos, financeiras e seguradoras. Isso ocorre porque o custo do dinheiro aumenta. Então, essas instituições podem cobrar mais caro para emprestar dinheiro ou para fornecer seus serviços.

Além disso, quem investe em renda fixa também consegue tirar proveito da Selic em alta. O aumento do índice aumenta a rentabilidade de investimentos de renda fixa pós-fixada, por exemplo.

Diante desse cenário, alguns investimentos de natureza mais conservadora se tornam mais atraentes. Nós separamos as principais dicas de onde investir para garantir bons retornos com a taxa Selic em alta.

Onde investir com a Taxa Selic em alta

Quando o assunto é renda fixa, o momento atual nem sempre é o mais importante para avaliar as melhores opções de investimento. Isso acontece porque a taxa de juros pode variar de forma expressiva no decorrer de um curto período de tempo, como foi o caso de 2021 para o fim de 2022. 

Nesse sentido, em um cenário de alta taxa Selic e com expectativas de controle da inflação para 2023 e 2024, é esperado que títulos pré fixados performem melhor, caso a tendência de baixa da Selic se confirme para os próximos anos. 

Por outro lado, caso o próximo governo continue com o aumento de gastos na economia, a pressão inflacionária pode ceder. Nesse contexto, o Banco Central vai precisar continuar aumentando a taxa Selic e, nesse caso, ativos pós-fixados vão se beneficiar desse movimento, uma vez que acompanham as variações da taxa de juros. 

Ainda que esse tipo de investimento seja chamado de “fixo”, a sua rentabilidade depende das variáveis do mercado e, em especial, da taxa Selic. Por isso, o melhor caminho é uma alocação de investimentos completa, que leve em consideração o seu perfil de investidor. 

Para construir uma carteira de investimentos que faça sentido para a sua realidade, entre em contato com a Faz Capital. Os nossos assessores financeiros estão à disposição para apresentar as melhores alternativas para o futuro do seu dinheiro.

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O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

01. Segurança
Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

03. Fácil acesso
Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

01. Segurança
As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

01. Isento de Imposto de Renda
Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.

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