Poupar é uma sábia decisão. Investir na poupança, nem tanto. Neste texto iremos te contar por que você deve sair da poupança e bons substitutos para ela.
A caderneta de poupança é uma aplicação criada no Brasil há 160 anos. E, apesar de longevidade, essa forma de investimento não está cumprindo o papel de preservar e aumentar o patrimônio dos seus investidores.
Mesmo assim, a poupança ainda é o investimento de preferência dos brasileiros que contam com algum tipo de aplicação financeira. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 23% da população investidora do país ainda tem recursos na caderneta de poupança.
De acordo com o Banco Central, os depósitos na poupança somam mais de R$ 1 trilhão. São dados preocupantes, pois nos últimos anos investir na poupança significa perder dinheiro. Se você ainda tem receio e considera arriscado tirar o seus recursos da poupança, preste atenção nas fortes razões para sair já dessa aplicação.
Os principais motivos para sair da poupança
1. Baixa rentabilidade
Como regra, o rendimento da poupança tende a ser menor do que outros investimentos com o mesmo nível de risco.
A taxa de rendimento da caderneta de poupança está atrelada à taxa Selic e à variação da Taxa Referencial. Mas, além disso, há algumas determinações estabelecidas pelo governo federal. Desde 2012, estão em vigor as seguintes regras:
- Quando a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês + Taxa Referencial.
- Quando a taxa Selic estiver menor ou igual a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança cai para 70% da Selic + Taxa Referencial.
Na prática, quem investe na poupança tem tido baixíssimos rendimentos – e, inclusive, perdas. Vamos explicar:
Em agosto de 2022, o Comitê de Política Monetária do Banco Central fixou a taxa Selic em 13,75% ao ano. Essa foi a 11ª alta consecutiva do índice, revisado a cada 45 dias. Ao elevar a Selic, o principal objetivo do órgão é frear a inflação e o aumento de preços dos bens de consumo.
Nesse cenário, com a taxa Selic acima de 8,5%, a rentabilidade base da poupança estaciona em 6,17% ao ano. Esse é um índice muito baixo se comparado a outros investimentos de renda fixa.
Nos últimos anos, inclusive, a poupança apresentou ciclos de perdas. Nessas situações, a caderneta rendeu abaixo do índice da inflação. Em outras palavras, quem tinha recursos aplicados na poupança acabou ficando mais pobre.
2. Rendimento apenas no aniversário
Apesar de apresentar liquidez diária, a rentabilidade da caderneta só ocorre no dia do aniversário do depósito de recursos. Essa é a data em que o dinheiro foi investido pela primeira vez. Funciona assim:
Se você fez a aplicação na poupança no dia 10 de um determinado mês, é, portanto, sempre nesse dia que ocorre o rendimento mensal. Caso você precise resgatar os recursos antes do dia 10, por exemplo, vai precisar abrir mão da rentabilidade daquele mês.
Há diversos outros investimentos, com rentabilidade diária, em que você não arrisca perder o rendimento. É o caso do Tesouro Selic, por exemplo.
3. Flexibilidade muito limitada
A caderneta de poupança é um tipo único de aplicação e não há nenhuma possibilidade de adequá-la aos seus objetivos de investimento. Já outros investimentos de renda fixa oferecem mais alternativas ao investidor. No caso do Tesouro Direto, por exemplo, há diversos tipos de títulos diferentes para escolher de acordo com as suas necessidades.
Boas opções para investir e sair da poupança
Se você tinha dúvidas sobre sair da poupança, agora você já sabe as desvantagens em insistir nessa aplicação. E se você ainda se sente inseguro sobre diversificar os seus investimentos, saiba que pode ser uma atividade tão simples quanto aplicar na poupança.
Estes são alguns exemplos de investimentos seguros e mais rentáveis do que a caderneta de poupança:
Tesouro Direto
É um investimento de renda fixa que consiste na compra de títulos públicos do Governo Federal. O investidor recebe o valor de volta corrigido por juros. Essencialmente, é como se você emprestasse dinheiro ao país. O risco é considerado muito baixo, pois é extremamente raro que o país vá à falência e não pague os seus credores.
Há três principais tipos de títulos do Tesouro Direto
- Os que são atrelados à inflação;
- Os que são prefixados;
- Os que são seguem a taxa Selic.
Destes, o Tesouro Selic é o título que mais se compara à poupança em termos de simplicidade e liquidez. Ele tem boa rentabilidade com a Selic está alta (o que é o caso hoje) e alta liquidez, e o prazo de resgate é de até um dia útil. O Tesouro Selic costuma ter a preferência de quem está iniciando no mundo dos investimentos. Mas os investidores mais experientes também apreciam esse título, em geral destinado a reservas de emergência.
CDB
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) também é um título de renda fixa. Nesse caso, a emissão é feita por bancos, e não pelo Governo Federal. O objetivo é o mesmo do Tesouro Direto: arrecadar fundos. Você empresta dinheiro aos bancos e recebe de volta com juros.
A rentabilidade do CDB costuma estar atrelada ao CDI, o Certificado de Depósito Interbancário. Além de atualmente render mais que a poupança, o CDB ainda apresenta a segurança de ser coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma garantia para investimentos de até R$ 250 mil para cada investidor em cada instituição financeira.
Fundos Multimercado
Essa é uma opção com um pouco mais de risco, mas que tende a apresentar mais rentabilidade. Os Fundos Multimercado costumam ser a escolha de investidores com perfil moderado ou agressivo.
Eles permitem investir simultaneamente em aplicações de renda fixa e em outras modalidades, como o mercado de ações, commodities e moedas. Quem decide isso é o gestor do fundo.
Letras de Câmbio
Outro exemplo de título de renda fixa para quem quer sair da poupança. As Letras de Câmbio são bastante similares ao CDB e ao Tesouro Direto. A diferença, no entanto, está no órgão emissor que, neste caso, são financeiras devidamente habilitadas.
A rentabilidade varia de acordo com a taxa a que a LC está atrelada. Ela pode ser vinculada ao CDI ou render uma taxa fixa mais a inflação (IPCA). Quem estabelece a regra é a instituição financeira emissora do título.
Fundos DI
São uma forma indireta de investir em títulos de renda fixa, mas quem decide quais papéis comprar e vender é o gestor do fundo, e não o investidor diretamente. É uma boa alternativa para quem ainda se sente inseguro em comprar renda fixa diretamente.
Portanto, são diversas as opções disponíveis para você sair da poupança. Ao longo deste texto, você viu as desvantagens da caderneta e conheceu opções muito mais rentáveis para incluir no seu planejamento financeiro.
Não deixe a insegurança tomar conta do seu futuro. Comece a investir hoje mesmo!