Diferente do que muitos pensam, o mundo dos investimentos não tem só ações, fundos de investimento, imóveis e títulos públicos…
Cada vez mais investidores estão colocando obras de arte em seu portfólio de investimentos, para aproveitar possibilidades de valorização e diversificação de carteira.
Porém, como funciona investir em arte? E quanto isso pode custar?
Neste artigo, vamos falar mais sobre isso! Acompanhe!
Como funciona investir em arte?
Fonte: Gallerease
Globalmente, mesmo com uma retração de 12% em 2024, o mercado de arte movimentou US$ 57,5 bilhões, conforme o The Art Market Report Basel & UBS.
Isso representa aproximadamente R$ 309,7 bilhões, mais do que o triplo do valor movimentado por Fundos Imobiliários em 2024, por exemplo.
Ou seja, trata-se de um mercado gigantesco e global, que pode ser aproveitado por investidores que desejam colocar parte de seu patrimônio em um ativo descorrelacionado de grande parte dos investimentos tradicionais do mercado financeiro.
No entanto, investir em arte como classe de ativo envolve etapas específicas, além de ter características únicas e riscos que diferem de outros investimentos financeiros.
Primeiro, o investidor precisa decidir o que busca: pura valorização financeira, prazer estético ou ambos. Isso vai definir os mercados artísticos nos quais o investidor deve entrar.
Depois disso, é necessário fazer a seleção da obra ou veículo de investimento. Você pode comprar diretamente uma obra de arte, mas esse modelo exige conhecimento, curadoria, verificação de procedência e avaliação das condições físicas da obra. Ou seja, é bem complexo para uma pessoa que não é da área.
Por isso, hoje já existe também a alternativa de investir de forma indireta, por meio de fundos de arte ou plataformas de “arte fracionada” (onde vários investidores compartilham a posse de uma obra de alto valor).
Se você adquire a obra diretamente, é necessário também atentar para os custos associados: transporte, seguro, conservação, armazenamento, autenticação e outros.
E, mesmo depois de todo esse processo, a valorização ou não da obra ainda vai depender de vários fatores, como reputação do artista, raridade, estado de conservação, tendência de mercado, exposição em museus/galerias, entre outros.
Ou seja, trata-se de um mercado muito único em suas características.
Vale lembrar também que, como a arte não gera fluxo de caixa (como dividendos ou aluguéis), o retorno possível depende totalmente da venda futura da obra. Como arte possui baixa liquidez em comparação com ações ou títulos públicos, para vender pode ser necessário aguardar comprador, fazendo com que o investidor precise estar disposto a manter a obra por um longo período, se necessário.
Apesar disso, por ter baixa correlação com ativos tradicionais, a arte pode oferecer uma diversificação interessante de portfólio, sendo esse um dos fatores que atrai muitos investidores para ela. Mas será que arte é investimento mesmo? Vamos descobrir!
Arte é investimento ou especulação?
A arte pode ser vista como investimento, mas frequentemente se aproxima mais da especulação.
Quando você compra uma obra de arte com a expectativa de valorização no longo prazo, você está basicamente esperando que alguém decida comprar essa obra de você no futuro pagando ainda mais do que você pagou hoje.
Esse é o mesmo princípio que leva várias pessoas a adicionarem ouro a sua carteira, por exemplo. Você compra hoje para vender por mais amanhã.
E isso pode acontecer, como mostra o gráfico abaixo que ilustra o crescimento do valor de obras de arte em relação a ações (representadas pelo índice britânico FTSE100) e vinhos desde 2004:
Fonte: Maddox Gallery
No entanto, essa crença de valorização se baseia em critérios altamente subjetivos, como gosto, reputação, escassez, exposição, e muitas vezes de “hype”.
Além disso, os custos de manutenção, seguro, autenticação e transporte são altos e nem sempre são considerados na “rentabilidade”.
Então, nós recomendamos que, se você decidir comprar arte, faça isso depois de já ter uma carteira consolidada, e pensando principalmente na sua paixão pessoal por essas obras. Realizar essa “aposta” pensando primeiramente em rentabilidade não é a melhor decisão, e ativos mais tradicionais podem ser mais seguros e rentáveis.
Vantagens e desvantagens de investir em arte
Agora, vamos falar um pouco mais sobre algumas vantagens e desvantagens do investimento em arte:
✅ Vantagens de investir em arte
- Baixa correlação com ativos tradicionais
 
Obras de arte tendem a ter uma correlação relativamente baixa com ações e títulos, o que torna o segmento útil para diversificação de carteira.
- Potencial de valorização no longo prazo
 
Embora não haja garantias, conforme comentamos, a arte pode sim se valorizar significativamente ao longo dos anos, especialmente se o artista ganhar relevância ou se sua obra se tornar rara.
- Valor estético e utilitário pessoal
 
Ao contrário de muitos investimentos puramente financeiros, arte combina valor patrimonial com apreciação estética ou emocional, o que para muitos investidores apaixonados por essas obras é uma vantagem adicional que pode até tirar sua urgência de venda para liquidação do lucro.
- Proteção contra inflação ou deterioração monetária (em alguns casos)
 
Ativos tangíveis como arte podem atuar como hedge em cenários de alta inflação ou depreciação de moedas, ainda que esse efeito não seja garantido.
❌ Desvantagens de investir em arte
Baixa liquidez
Vender uma obra de arte por um preço justo pode levar tempo. Não há “mercado 24h” como para ações ou títulos. Por isso, o investidor pode demorar bastante para transformar seu patrimônio em dinheiro, e pode até ter que vendê-lo com grande desconto.
- Altos custos de transação e manutenção
 
Há taxas elevadas em leilões e galerias, mais custos de transporte, seguro, conservação e autenticação, que reduzem o retorno líquido.
- Avaliação subjetiva e risco de precificação incorreta
 
O valor de uma obra depende de fatores mais difíceis de quantificar (reputação do artista, raridade, condição, tendências culturais), o que aumenta o risco de diferenças grandes na precificação.
- Ausência de renda corrente / dividendos
 
Diferente de imóveis alugados ou ações que pagam dividendos, obras de arte só geram retorno quando vendidas, e esse retorno depende de valorização futura.
Como incluir arte na sua carteira de investimentos?
Aqui vão 3 pontos para atentar na hora de investir em arte:
1. Diversifique entre várias obras
Assim como em qualquer carteira de investimentos, diversificar é essencial. Em vez de concentrar todo o capital em uma única obra, busque variedade: artistas diferentes, estilos distintos e, se possível, faixas de preço variadas. Isso reduz o risco de desvalorização e aumenta as chances de ter uma peça que se valorize com o tempo.
2. Mantenha um percentual baixo da carteira
Por ser um ativo de baixa liquidez e difícil precificação, a arte deve representar apenas uma pequena parcela da carteira total, algo entre 2% e 5%, dependendo do seu perfil de risco e horizonte de investimento. O ideal é tratá-la como um complemento de diversificação, nunca como o núcleo da estratégia.
3. Comece devagar e de forma acessível
Não é preciso gastar fortunas para começar. Hoje existem plataformas de investimento coletivo em arte, fundos especializados e galerias com obras de artistas emergentes a preços acessíveis. Começar com valores menores permite aprender sobre o mercado, entender o comportamento das obras e amadurecer sua estratégia ao longo do tempo.
Quanto custa investir em arte hoje
Investir em arte pode ter custos bastante variados, tanto no valor mínimo para começar quanto nos custos associados.
Obras de “entrada”, de artistas emergentes, podem custar poucos milhares de reais. Já peças consagradas de grandes artistas (que seriam as “blue-chips” deste mercado) podem custar milhões.
De acordo com um relatório da Art Basel e UBS de 2024, o segmento de obras de arte abaixo de US$ 5.000 cresceu 7% em valor e 13% em lotes vendidos, e o setor abaixo de US$ 50.000 também aumentou 8% em valor.
Ou seja, é possível “entrar” no mercado de arte com valores relativamente baixos, na casa de R$ 50.000 a R$ 100.000 e encontrar um mercado crescente para isso.
Porém, obras de artistas emergentes também oferecem riscos maiores, assim como a necessidade de manter o ativo por um horizonte de tempo mais longo para ter chances maiores de valorização.
Além disso, conforme comentamos, ter a obra é apenas o começo: você deve considerar custos adicionais como comissões de galeria ou leilão, transporte, seguro, armazenagem, conservação, autenticação e eventual taxa de revenda. Por exemplo, a plataforma Marcus alerta que comissões de leilão podem alcançar cerca de 30% sobre o valor da obra.
Portanto, você pode começar com alguns milhares de reais para obras mais acessíveis, mas mantendo atenção aos custos invisíveis que impactam o retorno líquido.
Vale a pena investir em arte?
Depende do seu objetivo e do estágio da sua vida financeira.
A arte pode, sim, fazer parte de uma carteira bem diversificada, especialmente como ativo complementar para unir sensibilidade estética, propósito e potencial de valorização no longo prazo. No entanto, é importante reconhecer que esse é um mercado de alta incerteza, com baixa liquidez e forte componente especulativo.
Em outras palavras: antes de pensar em investir em obras de arte, é essencial ter uma base sólida em ativos tradicionais, como renda fixa, ações e fundos imobiliários e previdência. Esses instrumentos são os que vão sustentar sua estratégia financeira e permitir que você assuma riscos pontuais em investimentos alternativos como a arte.
E se você quiser montar uma estratégia equilibrada, nossos assessores estão prontos para ajudar. Eles podem analisar o seu perfil de investidor, sugerir a alocação ideal e indicar o melhor momento para incluir ativos como a arte no seu portfólio.
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