A rentabilidade de ações costuma ser observada como o termômetro real da sua estratégia na Bolsa. Mesmo investidores experientes, porém, acabam recorrendo a fórmulas simplificadas ou ignorando fatores que impactam diretamente o resultado final.
Neste guia, será mostrado como calcular a rentabilidade de forma prática, consistente e alinhada à realidade do mercado brasileiro.
O que é rentabilidade de ações e por que ela deve ser calculada com cuidado
A rentabilidade de ações representa o percentual de ganho (ou perda) obtido a partir de um investimento no mercado acionário.
Ela pode ser influenciada por vários componentes, como:
- valorização ou desvalorização do preço da ação
- dividendos distribuídos
- juros sobre capital próprio
- reinvestimento dos proventos
- prazos diferentes de investimento
Investidores intermediários e avançados normalmente já entendem esses conceitos isoladamente. O desafio está em integrar todos esses elementos em um cálculo que reflete o desempenho real da carteira ao longo do tempo.
Se você quer saber mais sobre investimentos em ações, acesse o vídeo abaixo:
Principais formas de calcular a rentabilidade de ações
Existem três métodos usados com maior frequência. Cada um responde a perguntas diferentes e pode ser aplicado conforme o objetivo da análise.
1. Rentabilidade simples: quando ela funciona melhor
A rentabilidade simples costuma ser utilizada quando o investidor quer medir apenas a variação do preço da ação.
A fórmula é:
(Preço de venda – Preço de compra) / Preço de compra x 100
Exemplo prático:
Se uma ação foi comprada por R$ 20 e vendida por R$ 26:
- ganho: R$ 6 por ação
- rentabilidade: 6 / 20 = 0,30
- resultado: 30%
Esse cálculo é rápido, mas não considera dividendos, diversos aportes ou o período investido. Por isso, ele acaba sendo usado apenas para análises pontuais.
2. Rentabilidade total: quando o investidor recebe dividendos
Como dividendos e juros sobre capital próprio fazem parte do retorno real, a rentabilidade total precisa ser observada para que o desempenho seja medido com precisão.
A fórmula geral é:
[(Preço de venda – Preço de compra) + Dividendos recebidos] / Preço de compra x 100
- Exemplo:
Você comprou uma ação a R$ 20, vendeu a R$ 26 e recebeu R$ 1,50 em dividendos: - lucro total: R$ 6 (ganho de preço) + R$ 1,50 (dividendos) = R$ 7,50
- rentabilidade: 7,50 / 20 = 0,375
- resultado: 37,5%
Percebe como a diferença é significativa? Em muitos papéis da Bolsa brasileira, boa parte do retorno é gerado pelos proventos.
3. Rentabilidade considerando múltiplos aportes (método TWRR)
Investidores frequentes costumam fazer aportes mensais ou eventuais compras estratégicas.
Quando isso acontece, a rentabilidade de ações não pode ser calculada apenas com base no preço de compra e venda. Nesses casos, utiliza-se a metodologia TWRR (Time-Weighted Rate of Return).
No TWRR:
- Cada período entre aportes é analisado separadamente.
- A rentabilidade de cada período é multiplicada para gerar o retorno acumulado.
- A influência dos aportes é neutralizada, para que o resultado reflita exclusivamente o desempenho do ativo.
Embora pareça complexo, um exemplo simplifica o entendimento:
Exemplo prático (resumido):
- Início: R$ 10.000 investidos.
- Após alguns meses: carteira sobe para R$ 12.000.
- Um aporte de R$ 2.000 é realizado.
- No período seguinte, o saldo vai para R$ 13.000.
Passo a passo:
- Primeiro período:
Rentabilidade = (12.000 – 10.000) / 10.000 = 20% - Segundo período:
Rentabilidade = (13.000 – 14.000) / 14.000 = –7,14%
(O aporte elevou o saldo inicial, por isso ele deve ser ajustado.) - Rentabilidade final:
(1 + 0,20) × (1 – 0,0714) – 1
Resultado aproximado: 10,7%
Esse método é utilizado por gestoras, fundos e profissionais porque oferece uma visão mais fiel do desempenho, independentemente de aportes.
Como calcular a rentabilidade ajustada ao risco
Investidores experientes tendem a avaliar não apenas o retorno absoluto, mas o retorno por risco assumido.
Entre os indicadores mais utilizados estão:
Índice de Sharpe
Mostra se o retorno do investimento compensou a volatilidade.
Ele é calculado considerando:
- retorno da carteira
- taxa livre de risco
- desvio padrão dos retornos
Volatilidade anualizada
Mostra o quanto o preço da ação oscilou no período.
Quanto maior a volatilidade, maior o risco assumido.
Por que isso importa?
Dois ativos podem entregar 15% ao ano de rentabilidade, mas um deles pode ter apresentado muito menos oscilação.
À medida que o portfólio amadurece, investidores passam a observar esses ajustes com mais frequência.
Erros comuns ao calcular a rentabilidade de ações
Alguns equívocos acabam sendo cometidos com frequência:
- considerar apenas valorização, ignorando dividendos
- somar valores sem analisar períodos separadamente
- desconsiderar taxas e impostos
- ignorar o risco ao comparar ativos
- confundir lucro nominal com retorno percentual
Quando esses pontos não são avaliados, a rentabilidade pode ser superestimada ou subestimada, levando a decisões equivocadas.
Perguntas frequentes sobre rentabilidade de ações
Dividendos devem ser incluídos na rentabilidade?
Sim. Eles fazem parte do retorno total e devem ser considerados no cálculo sempre que forem distribuídos.
O cálculo muda se as ações forem mantidas por vários anos?
A metodologia permanece a mesma, mas a influência dos aportes e dos proventos se torna maior ao longo do tempo.
Rentabilidade é a mesma coisa que lucro?
Não. Lucro é o valor absoluto.
Rentabilidade é um percentual que permite comparar diferentes investimentos.
A rentabilidade deve ser comparada com algum benchmark?
Normalmente, sim. Investidores costumam comparar com o Ibovespa ou com índices setoriais para avaliar se o desempenho foi competitivo.
Checklist rápido para calcular a rentabilidade de ações
- Verifique o preço de compra e o preço de venda.
- Some todos os dividendos e juros sobre capital próprio recebidos.
- Considere taxas e impostos quando houver.
- Utilize TWRR caso existam múltiplos aportes.
- Compare seu resultado com um benchmark relevante.
Quando esse processo é seguido, decisões mais estratégicas podem ser tomadas, já que o cenário completo fica muito mais claro.
E agora, como você vai medir seus resultados na Bolsa?
Depois de entender como a rentabilidade de ações pode ser calculada com mais precisão, o próximo passo está nas suas mãos. Que tal aplicar essas fórmulas em algum papel da sua carteira e descobrir se o desempenho está realmente alinhado à sua estratégia?
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