A diferença entre o legado e a herança

A diferença entre herança e legado no planejamento financeiro

Herança e legado não são a mesma coisa. Entenda como isso afeta seu planejamento financeiro.

A sucessão patrimonial é sempre um assunto delicado. Geralmente, essa questão surge em um período difícil, envolvendo a perda de um ente querido, e não é o momento em que queremos lidar com burocracias. Mas é uma situação pela qual todos vamos passar, e por isso, estar preparado é a melhor opção.

Para evitar burocracia, conflitos e atrasos em momentos delicados, o ideal é iniciar o planejamento sucessório com antecedência e orientação especializada. E quando falamos em sucessão patrimonial, estamos falando principalmente sobre herança e legado.

Existe certa confusão com esses conceitos, e muitas pessoas chegam a usá-los como sinônimos. Mas existem diferenças entre herança e legado, e particularidades que devem ser levadas em consideração na hora de definir sua estratégia de sucessão.

Hoje, vamos ilustrar de maneira definitiva a diferença entre herança e legado e explicar como pode influenciar nas decisões do seu planejamento financeiro.

O que é herança?

Herança é tudo o que compõe o patrimônio de alguém após o falecimento: imóveis, investimentos, contas bancárias, veículos, participações em empresas — e também dívidas. Esse conjunto forma o espólio, que será dividido entre os herdeiros conforme regras legais ou por meio de testamento.

Partilha entre os herdeiros

Os herdeiros podem ser divididos em dois grupos: legítimos e testamentários. Os legítimos são aqueles previstos por lei, como cônjuge, filhos, pais ou outros parentes próximos, também chamados de herdeiros necessários. Já os testamentários, são aqueles designados por meio de testamento, respeitando as limitações legais impostas pelo Código Civil.

A lei brasileira indica que 50% do patrimônio vá obrigatoriamente para os herdeiros necessários, enquanto os outros 50% podem ser distribuídos via testamento. Ou seja: mesmo com a existência de um testamento, ele só pode dispor de metade da herança. A outra metade é protegida por lei, para impedir que os herdeiros necessários sejam deserdados sem uma justificativa legal específica.

Implicações financeiras da herança

Do ponto de vista financeiro, a herança envolve uma série de custos e tributos que podem comprometer parte do patrimônio transmitido se não houver planejamento. O principal deles é o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), cuja alíquota varia entre os estados e pode chegar a 8% do valor dos bens. Em alguns casos, o imposto incide sobre o valor total do espólio antes mesmo da partilha, o que pode representar um impacto significativo.

Além do ITCMD, o processo de inventário também gera despesas como honorários advocatícios, taxas cartorárias, avaliações de bens e emolumentos. Durante esse processo, os bens ficam indisponíveis: imóveis não podem ser vendidos e contas bancárias são bloqueadas. Para famílias que dependem desses ativos para sua renda, isso pode causar dificuldades financeiras imediatas.

Os herdeiros podem herdar dívidas do falecido, mas sua responsabilidade está limitada ao valor da herança. Ou seja, não precisam usar seus próprios bens para quitar essas dívidas. Diante desses desafios, o planejamento sucessório — com estratégias como doações em vida, testamentos e criação de holdings — é fundamental para garantir uma transição patrimonial mais segura e eficiente.

O que é legado?

O legado é a atribuição de um bem ou valor específico a determinada pessoa ou instituição, conforme estipulado em testamento. Uma das diferenças entre herança e legado está no alcance: herança abrange o patrimônio geral, legado se refere a bens específicos. Um imóvel, uma quantia em dinheiro, ações, joias ou mesmo obras de arte podem ser objetos de um legado.

Geralmente é utilizado para garantir que determinado bem seja destinado a uma pessoa específica. Qualquer pessoa física ou jurídica pode ser legatária, mesmo sem vínculo familiar com o falecido. Mas, enquanto o herdeiro participa da divisão do acervo patrimonial como um todo, o legatário recebe apenas o bem especificado no testamento.

Vale lembrar que, de acordo com a lei, 50% do patrimônio total do falecido é reservado aos herdeiros necessários. Assim, um testamento só pode distribuir metade do patrimônio a legatários.

O legado é uma ferramenta de personalização da sucessão, com forte valor estratégico no planejamento patrimonial.

Implicações financeiras do legado

Outra diferença entre herança e legado: legado não transfere dívidas ao legatário, a não ser quando a dívida está diretamente ligada ao bem deixado. Isso garante maior segurança jurídica para quem recebe o bem, especialmente no caso de instituições ou pessoas fora do núcleo familiar.

No entanto, o legado também está sujeito ao ITCMD. Cada estado tem suas regras sobre a alíquota, e a base do cálculo é o valor do bem deixado.

Diferença entre herança e legado

Para ilustrar bem a diferença entre herança e legado, criamos o gráfico abaixo:

  Herança Legado
Definição Conjunto de bens, direitos e dívidas transmitidos aos herdeiros. Atribuição de um bem ou valor específico via testamento.
Forma de transmissão Automática, conforme a ordem legal ou disposição testamentária. Depende exclusivamente de manifestação no testamento.
Quem pode receber Herdeiros legítimos ou testamentários. Qualquer pessoa física ou jurídica, herdeira ou não.
Responsabilidade por dívidas Responde pelas dívidas até o limite da herança recebida. Não responde por dívidas, salvo se o bem legado estiver onerado.
Incidência de ITCMD Sobre a totalidade ou parte da herança recebida. Sobre o valor do bem legado, com regras específicas.
Participação no inventário Sim, participa da divisão do patrimônio e do processo sucessório. Não participa da divisão, apenas recebe o bem determinado.
Limitações legais Herdeiros necessários não podem ser excluídos sem justa causa. Limitado à parte disponível da herança (até 50% do patrimônio).

Como herança e legado afetam o planejamento financeiro

É recomendado planejar a sucessão patrimonial antes da necessidade se apresentar. Pensar nisso com antecedência não deve ser considerado um tabu ou um assunto proibido. É um tema delicado, mas planejar com antecedência pode evitar perdas e conflitos familiares, e garante que o titular terá voz sobre a divisão de seu patrimônio.

Por isso, o ideal é já pensar na transferência patrimonial quando fizer seu planejamento financeiro, independente da sua idade ou fase da vida. Um planejamento bem elaborado pode minimizar os impactos tributários e custos com inventário. Dessa forma, evita a necessidade de liquidar investimentos ou vender bens às pressas para arcar com despesas. Assim, a sucessão pode ocorrer de forma mais fluida e com menor risco de perda patrimonial.

Estratégias financeiras para sucessão eficiente

Algumas estratégias podem tornar a sucessão mais eficiente, econômica e organizada:

Holding familiar:

A constituição de uma empresa para concentrar os bens da família facilita a gestão e a sucessão patrimonial, evitando processos burocráticos de inventário e possibilitando o controle das participações entre os herdeiros.

Doações em vida com reserva de usufruto:

O titular pode transferir bens aos herdeiros ainda em vida, mas manter o direito de uso ou de receber rendimentos até o falecimento. Isso antecipa a sucessão, reduzindo custos com impostos e simplificando o processo.

Seguro de vida:

Uma solução eficaz para garantir liquidez imediata aos herdeiros, sem necessidade de passar pelo inventário. O seguro pode ser usado para pagar tributos, cobrir custos do inventário ou manter o padrão de vida da família.

Busque auxílio profissional:

O planejamento sucessório é um tema complexo, envolvendo muitas leis, normas e regras financeiras. É altamente recomendado buscar profissionais especializados para garantir uma sucessão eficiente, respeitando a vontade da família e a legislação.

Fale sobre o seu caso

Cada caso é único, e requer atenção minuciosa aos detalhes. A diferença entre herança e legado é apenas o começo da discussão sobre sucessão patrimonial, e há muito a ser compreendido e decidido.

Inserir a preparação da sucessão no seu planejamento financeiro pode ser complicado, mas você pode contar com ajuda.

Se quiser orientação para elaborar a transição do seu patrimônio ou da sua família, preencha o formulário abaixo e receba o ebook “Como Começar Seu Plano de Sucessão Na Prática”, um material completo e prático sobre o assunto.

 

Descubra como planejar sua sucessão

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O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

01. Segurança
Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

03. Fácil acesso
Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

01. Segurança
As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

01. Isento de Imposto de Renda
Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.

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