A Riqueza das Nações de Adam Smit

A Riqueza das Nações de Adam Smith

O texto base do liberalismo econômico deu a Adam Smith o título de um dos maiores pensadores e economistas de toda a história. O que Isaac Newton conseguiu realizar com a ciência natural, Smith realizou com a filosofia moral, tratando a economia como um organismo com vida própria. 

Afinal, quem nunca ouviu o famoso conceito da “mão invisível”, não é mesmo?

Prepare-se, nesse artigo você vai entender como A Riqueza das Nações mudou a forma como vemos a economia e contribuiu para a formação de muitos conceitos que são utilizados na nossa sociedade atual.

Quem é Adam Smith?

Adam Smith

Adam Smith é considerado o pai do liberalismo. Suas obras influenciaram diretamente em áreas como crescimento econômico, ética, educação, divisão do trabalho, livre concorrência, evolução social e outras fundamentais.

Além disso, Adam também pode ser considerado um dos formadores do estágio atual em que se encontra a globalização.

Smith era formado em filosofia e ministrou aulas de retórica e filosofia na Universidade de Glasgow. Em 1758, ele chegou ao posto de reitor da instituição, e foi nesse período que Adam escreveu uma de suas principais obras, A Teoria dos Sentimentos Morais.

Para muitos, esse foi o livro de que ele mais tinha orgulho de ter escrito, tanto que trabalhou nele até o fim de sua vida. O foco principal da obra é voltado para o comportamento do homem; ele analisou criticamente o pensamento moral de sua época, além de propor que a consciência surge a partir das relações sociais.

Durante alguns anos, Smith foi tutor do duque Duccleuch. Nesse período ele morou entre a França e a Suíça, e foi nessa época que se deparou com novos tipos de pensamentos, inclusive o conceito iluminista.

Em 1767, com o retorno de Adam para o Reino Unido, dedicou seu trabalho ao estudo da economia. Quase dez anos depois, em 1776, Adam Smith lançou A Riqueza das Nações, que viria a ser sua obra de maior sucesso.

O contexto histórico de A Riqueza das Nações

O livro A Riqueza das Nações de Adam Smith foi o primeiro grande marco para a fundamentação teórica na defesa de uma economia de mercado, e isso se deve à época na qual o livro foi escrito, que era farta de acontecimentos e descobrimento de novas ideias. 

A Europa e os Estados Unidos viviam um período de ebulição cultural, econômica, política e social. Era o surgimento das primeiras indústrias, da produção em massa e das rebeliões nas colônias europeias. Para termos uma ideia, a independência dos Estados Unidos ocorreu no mesmo ano da publicação do livro de Smith.

A situação também era efervescente nas Américas Central e do Sul, com movimentos separatistas dos países colonizadores. Afinal, tanto colonos quanto trabalhadores queriam ter total controle sobre a produção e venda dos seus produtos, e já não aceitavam de bom grado a presença constante do Estado – reinos e impérios – cobrando altos impostos.

Smith foi percebendo aos poucos que o mercado em si poderia se autorregular, sem a intervenção de nenhuma outra entidade. Havia, no mundo todo, uma mudança estrutural da sociedade, causada principalmente pela mudança na economia e no modo de compreender a geração da riqueza.

Adam Smith não foi o único

Compreender todas essas mudanças e seus impactos no mundo não era uma tarefa fácil. 

Diversos autores se aprofundaram nos estudos dos fenômenos daquela época:

➡️ Edmund Burke fez uma análise detalhada sobre a revolução francesa

➡️ Tocqueville, embora autor do século XIX, compreendeu as raízes da democracia americana desde o período da sua independência. 

Já no campo econômico, outros autores foram capazes de identificar as mudanças que ocorriam no comércio e na produção. Entre eles destacaram-se Richard Cantillon e Francis Hutcheson, que fizeram as primeiras contribuições para a economia política. Suas obras contribuíram de formas pontuais, tratando sempre de temas um pouco mais restritos da economia.

Entretanto, foi apenas com Adam Smith que a sociedade ocidental moderna foi descrita, de forma sociológica e econômica, servindo como base teórica para toda a economia política liberal do mundo.

Por trás de A Riqueza das Nações

Foram doze longos anos de escrita para A Riqueza das Nações ser completamente finalizado. Aliás, a obra na verdade tem um título um pouco mais longo: Uma investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações. 

O trabalho é uma coleção de cinco grandes livros.

📖 O primeiro livro

O primeiro volume de A Riqueza das Nações explica a mudança e adaptação das forças produtivas do trabalho, e como impactam as diferentes classes sociais. Adam Smith procurou investigar como o aumento significativo na produtividade se deu comparado aos séculos anteriores. Em resumo, para Smith tal fenômeno tem relação direta com a divisão do trabalho. É bastante claro que apenas uma pessoa produzindo qualquer artefato possuiria um rendimento muito inferior comparado ao trabalho dividido entre muitas pessoas.

Essa ideia representava uma mudança significativa do ponto de vista de organização do trabalho, já que concebia uma relação de causalidade entre o aumento na produtividade com um maior nível de especialização. 

Os primeiros donos de fábricas que se basearam no conceito descrito por Smith, viram um resultado nítido: produção maior em menos tempo, e claro, maior riqueza sendo produzida

Logo depois, Adam Smith analisou os impactos decorrentes da divisão do trabalho e concluiu nos apresentando uma decomposição dos componentes que estão embutidos dentro dos preços, como o salário dos trabalhadores, o lucro do proprietário e os custos fixos existentes.

📖 O segundo livro

Enquanto o primeiro livro trata das consequências da divisão do trabalho e sua mudança na organização social, o segundo livro começa a definir o capital, conceito esse que até o período feudal nunca teve destaque. 

Smith define o capital como aquilo que poderá gerar rendimento, e possui 3 subdivisões:

  • O capital imediato é utilizado para o consumo imediato de bens básicos como alimentos e vestuário.
  • O capital circulante é principalmente empregado na compra e venda de produtos com o intuito de gerar lucro.
  • O capital fixo é descrito como o capital reinvestido na fábrica ou empresa com o objetivo de aumentar a produtividade ou aumentar seus lucros. 

Smith coloca o acúmulo de capital como um fator chave para a riqueza das nações. O autor acreditava que o acúmulo faria com que as pessoas reinvestissem o capital, de forma a aumentar ainda mais a produtividade e a riqueza geral da sociedade.

📖 O terceiro livro

Os três livros seguintes procuram justificar aquilo pelo que Smith ficou mais conhecido, que é seu  liberalismo econômico. O final da Idade Média trouxe o avanço dos chamados Estados nacionais, caracterizados pelas monarquias absolutistas e o mercantilismo. 

Embora as estruturas políticas e econômicas tenham se modificado com o final da Idade Média, a mentalidade da sociedade como um todo não possui a mesma capacidade de adaptação, e por isso Adam Smith ainda discorre no seu terceiro livro sobre o final do império romano.

Ele trata sobre a forma como a política de algumas nações privilegia mais as atividades das cidades do que as do campo, como ocorreu notadamente na Europa, e a diferença na forma como as atividades são fomentadas, implicando em diferenças na grandeza de sua produção.

📖 O quarto livro

O seu quarto livro explica como as diferentes políticas econômicas influenciaram as teorias e as nações e os efeitos delas. Nele, Smith mostra que a principal divisão está entre o favorecimento dos que privilegiam a indústria das cidades em comparação com a indústria dos campos. 

A crítica liberal não é apenas ao protecionismo, mas também a qualquer tentativa de intervenção estatal que pudesse modificar as leis de mercado. Smith criticou diversas leis que interferiam no livre comércio, entre elas a lei de 1731 que impediu o livre cultivo do vinho com a justificativa de que havia vinho em excesso e poucos cereais.

De certa forma, as intervenções distorcem as leis de oferta e demanda, desestimulando a produtividade e aumentando seus custos.

📖 O quinto livro

Mas, afinal, para que servem os governos? 

Se os Estados não deveriam interferir na economia com o objetivo de promover o bem estar social, quais seriam as suas funções? Essa resposta é fornecida na última parte de A Riqueza das Nações

Adam Smith percebeu que a divisão do trabalho poderia levar à alienação, prejudicando a saúde do indivíduo. Nesses casos, poderia caber ao Estado estimular o estudo e outras práticas que impedissem que os trabalhadores fossem prejudicados. 

Além disso, o Estado deveria garantir a defesa da nação, para que não fossem invadidas por outros Estados independentes, e a Justiça com o objetivo de garantir a propriedade privada e o cumprimento do contrato, aspectos fundamentais para gerar confiança na sociedade e estimular o comércio.

A Riqueza das Nações ficou para a história

Nunca é demais ressaltar a importância de Adam Smith para a defesa da liberdade e do livre comércio através de um novo sistema econômico movido pelo livre mercado. 

Sua principal obra foi fundamental para acelerar a quebra de velhos paradigmas para que, assim, compreendamos o real caminho para aumentar as riquezas das nações.

Os debates que seu livro causou ainda são pautas discutidas até hoje, principalmente se olharmos para o Brasil, onde questões sobre privatizações, o papel do Estado na economia e até que ponto o governo poderia cobrar impostos persistem na mídia e nos governos.

4.1/5 - (10 votos)
Neste texto você vai aprender:
Compartilhe:
Todas as quintas-feiras, às 05h05, no seu e-mail

Fique bem informado com a melhor newsletter do mercado financeiro.

O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

01. Segurança
Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

03. Fácil acesso
Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

01. Segurança
As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

01. Isento de Imposto de Renda
Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.

Obrigado pelo cadastro!

Em instantes, você receberá em seu
e-mail o acesso às edições anteriores.