Um dos investimentos mais simples e comuns no Brasil, depois da caderneta de poupança, os CDBs – Certificados de Depósito Bancário – são, em resumo, uma forma de emprestar dinheiro para uma instituição bancária, que depois o empreste a terceiros.
Neste post vamos falar sobre os seus equivalentes fora do Brasil, os Certificates of Deposit (CDs).
Segurança e simplicidade
Estes tipos de certificados são populares por sua simplicidade. Para um investidor que não quer estudar a fundo opções de investimento, a escolha de um deles depende basicamente de dois fatores: prazo de vencimento e taxa de juros.
Naturalmente, a tendência é que, quanto mais longo o prazo de resgate, maiores os juros, mas é preciso consultar a instituição bancária escolhida para ter certeza (em momentos de incerteza sobre o futuro, os juros de prazos mais longos podem ser menores que os mais curtos).
A rentabilidade é acordada na hora da contratação, e é medida pelo APR (rentabilidade expressa por juros simples) ou APY (rentabilidade expressa por juros compostos).
Outros fatores determinantes na hora de escolher um CD (e que também impactam na rentabilidade) são a solidez da instituição para a qual se vai emprestar dinheiro e o quanto ela precisa de recursos para operar sua tesouraria.
É mais ou menos como ocorre aqui no Brasil. Pense comigo: escolha um grande banco comercial brasileiro, daqueles que têm agências para todo o lado (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander etc.). As pessoas – literalmente – entram pela porta desses bancos e deixam seu dinheiro lá, muitas vezes em CDBs.
Agora, pense em um banco sem agências nas ruas, cujo nome o investidor comum não conhece e que não tem uma operação tão sólida e robusta (não vou citar nomes aqui, mas existem dezenas deles). Para atrair recursos, precisa pagar um prêmio maior.
Quando se trata dos CDs de bancos americanos, por exemplo, são essas as razões pelas quais, hoje, um certificado do Bank of America (uma das maiores instituições financeiras da Terra) pode pagar meros 0,03% ao ano (!), enquanto um do LendingClub chega a pagar 5,65% ao ano, com vencimento em um ano.
Por que investir em CDs?
1️⃣ Falta de opção
Abrir uma conta bancária fora do Brasil geralmente é uma tarefa fácil. Mas os bancos lá fora não costumam oferecer serviços de investimento sofisticados para quem tem pouco dinheiro (e, às vezes, pouco dinheiro quer dizer ter menos de US$ 500 mil ou US$ 1 milhão!).
Um investidor médio com conta bancária fica restrito aos produtos financeiros mais básicos daquela instituição, o que certamente inclui CDs. Muitas vezes, as opções são deixar o dinheiro parado na conta ou aplicar com uma rentabilidade baixíssima.
2️⃣ Juros atuais nas alturas
Os Treasuries americanos (títulos do tesouro dos EUA) atualmente estão pagando juros historicamente muito altos. Os Certificates of Deposit também acompanham essa tendência, e hoje não raro investimentos de curto prazo (6 meses a 1 ano) de instituições sólidas pagam APYs acima de 5%.
3️⃣ Previsibilidade
Como mencionei, o prazo dos CDs é acordado na contratação. Exceto pelos que chamamos de callable (que podem ser encerrados pela instituição financeira a qualquer momento antes mesmo do vencimento), o investidor sabe exatamente quanto vai receber pela duração da aplicação.
Isso inclui cupons. Existem basicamente duas categorias de CDs: zero-coupon e tradicionais.
- Os do tipo zero-coupon são vendidos por um valor inferior ao de face (você paga, digamos, US$ 900 por um CD de US$ 1.000, embolsando a diferença no vencimento).
- Os tradicionais costumam pagar cupons em dinheiro na conta do investidor anualmente. Desta forma, investindo em uma cesta de CDs com vencimentos em meses diferentes, o investidor pode receber um fluxo de renda passiva bastante previsível e constante.
Certificates of Deposit têm Fundo Garantidor de Crédito?
Muitos investidores brasileiros escolhem CDBs também pela proteção oferecida pelo FGC que, dentre outras regras, garante e reposição de até RS 250 mil caso a instituição financeira dê calote.
🔐 E os Certificates of Deposit, são cobertos pelo FGC? Não e sim!
Obviamente, o FGC, sendo um mecanismo criado por bancos brasileiros para dar segurança ao sistema financeiro daqui, cobre apenas ativos específicos dos participantes.
No entanto, o Brasil não reinventou a roda. Nos EUA, existe o mecanismo chamado FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), que também garante o pagamento de até 250 mil (só que de dólares) caso a instituição financeira não honre suas obrigações.
Como no caso do FGC, existem mais detalhes nas regras para a garantia, mas como regra geral basta verificar se o banco onde você está investindo é membro do clube FDIC.
Como investir em Certificates of Deposit?
Se você tem conta em um banco lá fora, provavelmente só terá acesso a Certificates of Deposit da própria instituição. No entanto, caso tenha acesso a um broker global, pode acessar literalmente centenas de certificados das mais variadas instituições.
Para consultar a rentabilidade (e também investimento mínimo e prazo), pode consultar seu broker ou listagens como as da BankRate.
Bons investimentos!
Aviso legal
Aqui é o momento em que temos que avisar que nada neste texto configura sugestão de investimento. Para escolher boas opções para incluir em seu portfólio, estude bastante e conte com seu especialista em investimentos internacionais.