Como começar a investir em renda fixa

Como começar a investir em renda fixa?

Se você quer começar a investir em renda fixa, deve saber que investir em Renda Fixa é o mesmo que emprestar dinheiro para o emissor, que pode ser um banco, uma empresa ou o governo, e em contrapartida você, investidor, recebe uma remuneração no futuro acrescida de juros, podendo ser pré-fixados, pós-fixados e híbridos.

Este tipo de investimento é chamado de “fixo” não porque ela é constante e não varia (na verdade, pode variar bastante), mas porque as condições dos títulos, como prazo, taxa, índice de referência e detalhes quanto à negociação dos papéis são estabelecidas desde o início e são fixos durante o prazo de investimento.

Tipos de rentabilidade em investimento em Renda Fixa

A rentabilidade dos investimentos de renda fixa varia de acordo com o tipo de papel que for contratado.

 

Pré-fixados

Neste tipo de investimento, os juros são fixos. Assim, o investidor sabe desde o momento da contratação do investimento qual será efetivamente a remuneração no vencimento, em reais. No entanto, a rentabilidade só é efetiva caso o investidor mantenha o título até o vencimento. Ou seja, ao liquidar a posição antes do vencimento (vender o papel para outra pessoa) a rentabilidade pode ser maior ou menor do que o acordado, devido às variações das taxas de referência do produto.

 

Pós-fixados

Nesse caso o investimento tem a remuneração atrelada a um indexador de referência, como a Selic ou o CDI. Nestes títulos não é possível conhecer o rendimento da aplicação no momento da aquisição do título porque a taxa pode variar ao longo do tempo, só é possível saber quanto ele rendeu no dia do resgate.

 

Híbridos

Já este título mescla um pouco das outras duas rentabilidades pela soma de uma taxa prefixada com uma pós-fixada. Uma parte da remuneração se dá por juros fixos e outra é atrelada a um indicador. Só para exemplificar: é muito comum esse tipo de título pagar uma taxa prefixada mais o IPCA.

 

Tributação e Taxas da Renda Fixa

Investimentos em renda fixa seguem uma tabela regressiva de tributação de Imposto de Renda, com alíquotas que diminuem conforme o prazo do investimento e incidem sobre a rentabilidade positiva das aplicações.

Período Aplicado

Alíquota de IR

Até 180 dias

22,50%

De 181 até 360 dias

22,00%

De 361 até 720 dias

17,50%

Acima de 720 dias

15,00%

 

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

Caso o investimento seja resgatado em menos de 30 dias após a aplicação, estará sujeito à cobrança de IOF, cuja alíquota varia de 96% a 0%, também conforme o prazo de permanência com o ativo.

Da mesma forma que ocorre no imposto de renda, quanto maior o prazo de resgate, menor será a alíquota cobrada, mas nesse caso ela cai todos os dias e chega a 0% no 30º dia. Portanto, se você pretende fazer uma aplicação por um prazo muito curto, tente ao menos deixá-la render por um mês antes de resgatar.

 

Ativos isentos de Imposto de Renda

Por outro lado, alguns tipos de renda fixa, independentemente do prazo que ficam aplicados, não têm incidência de imposto de renda para pessoas físicas. Então, é bom ficar atento e analisar se vale a pena ter alguns deles em sua carteira. São eles:

  •    LCI e LCA (letras de crédito imobiliário e do agronegócio)
  •    CRIs e CRAs (certificados de recebíveis imobiliário e do agronegócio)
  •    Debêntures incentivadas

 

Como o imposto é recolhido?

Sempre que fazemos a aplicação em renda fixa que existe Imposto de Renda, no final do período ou mesmo saindo antes do prazo previamente acordado, teremos o IR recolhido direto na fonte pela corretora! Esse IR é recolhido apenas sobre o Rendimento do título, não prejudicando o principal aplicado.

 

FGC

O Fundo Garantidor de Crédito é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que tem o objetivo de proteger investidores no âmbito do sistema financeiro nacional. Assim, ele garante que os clientes das instituições financeiras associadas recuperem o patrimônio investido em caso de falência da instituição financeira.

Entretanto, o valor total coberto pelo FGC é limitado a R$ 250 mil por CPF/CNPJ em cada instituição financeira, com um limite de R$ 1 milhão por CPF, renovado a cada quatro anos. Ou seja, se um investidor tiver R$ 1 milhão distribuído em quatro contas de instituições diferentes, cada uma delas com R$ 250 mil, todas as contas estarão cobertas pelo FGC caso as instituições entrem em falência.

 

Investimentos protegidos pelo FGC

  • Poupança;
  • CDB(Certificado de Depósito Bancário);
  • RDB (Recibo de Depósitos Bancários);
  • LCI e LCA(Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio);
  • LC (Letra de Câmbio);
  • LH (Letra Hipotecária).

 

Investimentos para começar a investir em Renda Fixa

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

É um título privado emitido por bancos, com o objetivo de captar recursos para financiar as atividades. Em troca, o investidor recebe a remuneração acordada.

Já no momento da aplicação, você fica sabendo de todas as condições do CDB. As mais importantes são, sobretudo, a taxa de juros e o prazo de vencimento.

Características dos CDBs:

  • Cobertos pelo FGC
  • Rentabilidade maior que a poupança
  • Destinado a investidores em geral, qualificados e profissionais.
  • Liquidez (dependendo do título)

 

CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)

Os CRAs estão vinculados a direitos creditórios de negócios realizados por atividades agropecuárias.

Esses certificados, da mesma forma que os CRIs, são emitidos pelas securitizadoras, empresas especializadas na compra de créditos e na transformação deles em títulos para venda. 

  • Isento de IR e IOF para pessoas físicas
  • Não possui garantia do Fundo Garantidor de Crédito
  • Destinado a investidores em geral, qualificados e profissionais

 

CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)

CRIs são títulos de renda fixa isentos de imposto de renda e que funcionam de maneira semelhante aos CRAs. Também são títulos securitizados, porém, em vez de ter relação direta com o mercado de agronegócio, estão atrelados a créditos imobiliários.

  • Isento de IR e IOF para pessoas físicas
  • Não possui garantia do Fundo Garantidor de Crédito
  • Destinado a investidores em geral, qualificados e profissionais
  • Possibilidade de recebimentos periódicos 

 

Debêntures

Por outro lado, debêntures são valores mobiliários que representam dívidas de médio e longo prazos de empresas não financeiras.

Diferente de outros investimentos de Renda Fixa (Poupança, CDB, LCI, LCA) as debêntures não têm a garantia do FGC, por não serem emitidos por bancos ou instituições financeiras. Por isso, as debêntures podem pagar mais que outros produtos financeiros que possuem a mesma garantia, devido ao risco adicional que o investidor corre neste produto.

  • Debêntures incentivadas possuem isenção de imposto de renda e IOF para pessoa física
  • Normalmente, têm maior liquidez
  • Não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito
  • Maior rentabilidade
  • Possibilidade de juros semestrais

 

LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

A LCI é um título emitido por bancos para captar recursos para o mercado imobiliário, que tem como lastro financiamentos de imóveis garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária.

  • Isenção de IR para pessoa física no rendimento e no ganho de capita
  • Coberta pelo FGC
  • IR via tabela regressiva para investidores PJ

 

LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

A LCA é um título emitido por instituições financeiras públicas e privadas para fomentar o mercado do agronegócio.

  • Isenção de IR para pessoa física no rendimento e no ganho de capita
  • Coberta pelo FGC
  • IR via tabela regressiva para investidores Pessoa Jurídica

[Na prática, não existem diferenças para o investidor entre investir em uma LCI ou em uma LCA. Ambas possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e apresentam retornos superiores ao da caderneta de poupança.]

 

LF (Letra financeira)

A LF é um instrumento de captação de recursos exclusivo das instituições financeiras, com a finalidade de captar recursos de longo prazo. Em contrapartida, oferece aos investidores rentabilidades mais atrativas em razão do prazo e da impossibilidade de resgate antecipado.

  • Prazo mínimo de 2 anos (LF sênior) e 5 anos (LF subordinada)
  • Não possui FGC
  • Maiores rentabilidades do mercado de renda fixa bancário

 

LC (Letra de câmbio)

Apesar do nome “letra de câmbio”, não há nenhuma relação com negociação de moedas estrangeiras. É um instrumento de captação emitido não por um banco, mas por uma financeira, para financiar as atividades de empréstimo.

  • IR via tabela regressiva para Pessoa Física e Pessoa Jurídica.
  • Coberta pelo FGC

 

Títulos públicos

São títulos emitidos pelo governo, por meio do Tesouro Nacional, com a finalidade de captar recursos para o financiamento das contas públicas. Possuem a maior garantia no mercado financeiro, pois ao comprarmos um título, estamos emprestando dinheiro ao Tesouro Nacional, ou seja, investindo no próprio governo.

  • 100% garantidos pelo Tesouro Nacional
  • Liquidez (a mercado)
  • PJ pode ter acesso somente via mercado secundário
  • Limite de aplicação de R$1.000.000,00 por mês.

Existem 3 tipos de títulos negociados no mercado hoje:

  1. LTN (Letra do Tesouro Nacional): título pré-fixado
  2. LFT (Letra Financeira do Tesouro): título pós-fixado ou SELIC
  3. NTN-B (Nota do Tesouro Nacional Série B): inflação (IPCA) + juros pré-fixado, podendo ser com ou sem cupom semestral
  4. NTN-F (Nota do Tesouro nacional Série F): Prefixado + juros semestrais

Vantagens e desvantagens

  1.  

Segurança: A renda fixa, diferentemente de outros investimentos, conta com o Fundo Garantidor de Crédito que, como mencionado anteriormente, fornece proteção ao capital do investidor em até R$250 mil por CPF para cada instituição onde o investidor tem conta. Então, se o emissor quebrar, você não perde o valor investido.

Liquidez: Há títulos de renda fixa que possuem liquidez diária, como o Tesouro Direto, alguns CDBsLCIs e LCAs, o que permite que o resgate seja solicitado a qualquer momento. Logo, uma liquidez elevada significa maior tranquilidade para o investidor, pois quando ele precisar, não há dificuldades para o resgate.

Acessibilidade: os investimentos de renda fixa são acessíveis a todos os investidores. Para começar a investir, os aportes iniciam em R$ 30,00.

Facilidade: aplicar em renda fixa é muito simples, pois as negociações são totalmente online.

Isenção: algumas aplicações de renda fixa contam com isenção de impostos de renda, como é o caso de LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e Debêntures incentivadas.

 

Desvantagens

Taxas: Investir em renda fixa envolve impostos como o IR, que é muito comum em investimentos, e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), quando houver resgate antes de 30 dias.

Carência: Alguns investimentos de renda fixa possuem uma exigência de prazo de carência, em que você não pode solicitar o resgate antecipado. Assim, caso você precise do valor, terá que pagar multas e perderá parte dos rendimentos. 

 

 Renda Fixa

Risco da renda fixa

Risco de crédito

O risco de crédito está relacionado à possibilidade de inadimplência. É um risco que depende da instituição que emite a aplicação. Os títulos do Tesouro têm o menor risco de crédito, pois o emissor é o Governo Federal.

O FGC cobre algumas aplicações e protege os investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. Contudo, ele apresenta um limite para pessoas físicas e jurídicas de R$ 250 mil por instituição e por CPF/CNPJ.

 

Risco de mercado

O risco a mercado significa que para vender o título antes do vencimento é preciso aceitar o preço que outras pessoas estão pagando por ele naquele momento. Ou seja, se o valor do título estiver menor no momento da venda antecipada, você terá prejuízo. Afinal, as variações são comuns e podem ocorrer devido a flutuações nos índices de preço ou da taxa de juros.

 

Risco de liquidez

Esse tipo de risco está relacionado à facilidade e à velocidade de vender o ativo. Em relação aos títulos de renda fixa, a liquidez de cada um pode ser bem diferente. Há aqueles com liquidez diária e investimentos que só podem ser resgatados na data de vencimento. Atualmente, as rendas fixas com maior liquidez são as do Tesouro Direto, que permitem ao investidor vendê-las a qualquer tempo.

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O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

01. Segurança
Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

03. Fácil acesso
Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

01. Segurança
As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

01. Isento de Imposto de Renda
Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.

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