Marcação a mercado

Marcação a mercado e por que a renda fixa não é fixa

 

O início da jornada de investimentos do brasileiro geralmente começa com a renda fixa. Seja para construir a reserva de emergência ou começar a construção de um portfólio, essa é a classe de ativos mais estável para a construção de patrimônio. Ainda assim, isso não quer dizer que o valor de mercado desses papéis sempre seja positivo. No decorrer desse texto, você vai entender o porquê da renda fixa oscilar preços, por meio da marcação a mercado, e como essa informação te afeta enquanto investidor. 

Marcação na curva

Toda vez que você compra um título de renda fixa, você tem duas informações em relação a esse papel: a rentabilidade e o prazo de vencimento. Por isso, é natural imaginar que não há flutuações de preço e o seu retorno sempre será positivo. E, de fato, é isso que acontece quando você carrega essa posição até o final. 

Quando você acompanhava a sua carteira por meio do aplicativo ou do extrato, era possível perceber que as posições em renda fixa sempre estavam crescendo, conforme a rentabilidade contratada. Esse crescimento teórico da sua posição antes do vencimento é feito em uma marcação na curva de juros. Se um título rende 14% ao ano por 4 anos, então depois de um ano seu valor seria 14% maior, por exemplo.

De forma resumida, a marcação na curva de juros é o caminho teórico que o título tem que percorrer até chegar ao retorno final. É simplesmente um recorte temporal da rentabilidade teórica. Se um título rende 14% ao ano, então você enxergaria uma rentabilidade proporcional em qualquer momento do tempo em que você visse o seu extrato. 

O problema dessa análise é que ela é teórica e a renda fixa só é fixa quando carregada até o vencimento. Isso quer dizer que a rentabilidade contratada só é observada ao final do contrato. Nesse sentido, usando o exemplo anterior, não é possível dizer que o seu título de 14% ao ano vale 114% depois de um ano. O motivo disso é justamente a marcação a mercado.  

Marcação a mercado

Ainda usando o exemplo anterior, imagine o seguinte cenário: você contratou seu título de 14% quando a taxa de juros do país era de 14%. Um ano depois, a taxa de juros é de 16% e você precisa vender o seu investimento antes da hora. No seu contrato, a rentabilidade não muda, mesmo que a taxa de juros tenha mudado. Por isso, no caso de uma venda, você teria que vender o seu papel mais barato. Afinal de contas, se os investidores tem no mercado títulos de 16% disponíveis, então eles só comprariam um título de 14% se ele estivesse mais barato. 

Da mesma forma, você poderia vender o seu título de 14% mais caro, caso a taxa de juros depois de um ano caísse para 12%. Os investidores vão marcar o seu título a mercado conforme as condições econômicas do momento.

Marcação a mercado X mercado de ações

Essa oscilação de preços é semelhante ao que acontece no mercado de ações. Conforme uma empresa listada em bolsa tem melhores resultados, as pessoas tem mais interesse em comprá-la e, assim, seu preço fica mais elevado, por conta do aumento da demanda. Na mesma lógica, se a divulgação de lucros dessa companhia frustra as expectativas do mercado, então a tendência é que haja uma queda no preço dessa posição, por uma diminuição da demanda. 

No mercado de renda fixa, a marcação a mercado acontece com base na expectativa da taxa de juros, de forma inversamente proporcional. Em outras palavras, se a taxa sobe, o seu título fica mais barato e, se a taxa cai, o seu título se valoriza.

Da mesma forma que no mercado de ações, essa valorização ou desvalorização dos títulos também depende do mercado e, por isso, envolve a demanda pela compra e venda dos papéis. Por outro lado, no caso da renda fixa, não existe um painel acessível para todos os investidores mostrando o preço em tempo real dos ativos. 

O que mudou em Janeiro de 2023?

Como vimos anteriormente, o saldo da maior parte da renda fixa era apresentado no seu aplicativo com base na marcação na curva. Se você olhasse o valor do seu papel depois de alguns meses que contratou um produto, você veria a rentabilidade teórica desse período. O problema é que essa visualização não é realista, uma vez que esse não seria o preço que você receberia caso precisasse vender sua posição no momento em que estivesse vendo a sua carteira. 

Por isso, os bancos, corretoras e todos os distribuidores de investimentos vão precisar mostrar o saldo “marcado a mercado” para CRIs, CRAs, debêntures e títulos públicos comprados fora do Tesouro Direto. Essa mudança aconteceu justamente para dar uma maior clareza aos investidores do valor de suas carteiras em tempo real. 

Ainda que a visualização do saldo tenha mudado para boa parte dos títulos de renda fixa, a lógica desse tipo de investimento permanece a mesma. Se você carregar a sua posição até o final, você não precisa se preocupar com as oscilações de preço do tempo. Mesmo que a posição apareça com rendimentos negativos antes do vencimento, a sua rentabilidade vai seguir as regras da contratação no fim da sua aplicação. 

 

 

 

 

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O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

01. Segurança
Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

03. Fácil acesso
Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

01. Segurança
As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

01. Isento de Imposto de Renda
Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.

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