Planejar o futuro financeiro é uma das decisões mais importantes para quem deseja ter tranquilidade na aposentadoria ou alcançar metas de longo prazo. E nesse caminho, a previdência privada surge como uma alternativa estratégica ao INSS.
Mas uma dúvida comum entre investidores é: PGBL ou VGBL, qual a melhor opção? Embora pareçam semelhantes, essas duas modalidades têm diferenças cruciais, especialmente no que diz respeito à tributação e aos benefícios fiscais.
Fazer a escolha certa pode significar pagar menos impostos e aproveitar melhor seu dinheiro ao longo dos anos. Já uma decisão mal pensada pode gerar custos desnecessários.
Neste artigo, vamos te ajudar a entender, de forma clara e objetiva, como funciona cada plano e qual se encaixa melhor no seu perfil e forma de declarar o Imposto de Renda.
O que é Previdência Privada e como ela funciona?
A previdência privada é uma forma de investimento voltada para o longo prazo. Ela é ideal para quem quer complementar a aposentadoria do INSS ou alcançar objetivos como estudar fora, comprar um imóvel ou garantir renda futura.
Ela funciona como um plano de acumulação: você faz aportes periódicos (ou esporádicos) e o valor investido é aplicado em fundos. Esses fundos podem ser mais conservadores ou mais arrojados — dependendo do seu perfil e dos seus objetivos.
Ao final do período de acumulação, você pode resgatar o valor total ou transformar o montante em uma renda mensal, que funcionará como um complemento da aposentadoria pública.
Os planos se dividem principalmente em duas modalidades: PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Ambos têm estruturas semelhantes, mas diferem na forma de tributação e nos benefícios fiscais. E é exatamente essa diferença que torna a escolha entre PGBL ou VGBL tão importante.
Entender como cada plano funciona ajuda a fazer uma escolha alinhada ao seu perfil e ao seu planejamento tributário.
PGBL ou VGBL: quais as principais diferenças?
Na hora de contratar um plano de previdência privada, entender a diferença entre PGBL ou VGBL é fundamental. Embora ambos sejam produtos de longo prazo com funcionamento parecido, o que muda — e muito — é a forma como o Imposto de Renda incide sobre eles.
A principal diferença está no benefício fiscal:
- PGBL é indicado para quem faz a declaração completa do IR, pois permite deduzir até 12% da renda bruta anual tributável. Porém, no resgate ou aposentadoria, o imposto incide sobre o valor total acumulado (contribuições + rendimentos).
- VGBL é mais vantajoso para quem faz a declaração simplificada ou é isento. Nesse caso, o IR é cobrado apenas sobre os rendimentos, e não sobre o valor total.
Confira a comparação:
Característica | PGBL | VGBL |
---|---|---|
Dedução no IR | Sim, até 12% da renda bruta | Não |
Incidência de IR | Sobre o total (contribuições + rendimentos) | Apenas sobre os rendimentos |
Indicado para | Quem declara IR completo | Quem declara IR simplificado ou é isento |
Saber essa diferença já evita muitos erros no futuro — especialmente na hora de declarar ou resgatar.
Como funciona a tributação no PGBL e no VGBL
Além da escolha entre PGBL ou VGBL, é essencial entender os dois regimes de tributação disponíveis: progressivo e regressivo. Essa escolha é feita no momento da contratação e influencia diretamente quanto você pagará de imposto no futuro.
Regime Regressivo
Ideal para quem pretende manter o dinheiro por mais tempo. As alíquotas começam em 35% e caem gradualmente até 10% após 10 anos. Esse regime beneficia o investidor de longo prazo, com impostos menores no futuro.
Regime Progressivo
Segue a mesma tabela do IR sobre salários (de 0% a 27,5%). É mais indicado para quem vai resgatar no curto prazo ou transformar o saldo em renda mensal no futuro.
Exemplo prático:
Se você investe R$ 100 mil e tem R$ 30 mil de rendimento:
- No PGBL com regime regressivo, o IR será sobre os R$ 130 mil.
- No VGBL com regime regressivo, o IR será apenas sobre os R$ 30 mil.
Essa escolha pode representar diferenças significativas no valor líquido que você receberá, por isso deve ser feita com cuidado.
Qual modalidade escolher?
A resposta é: depende. Depende principalmente de dois fatores: como você declara o Imposto de Renda e qual o seu objetivo com a previdência privada.
PGBL é uma boa opção se:
- Você faz a declaração completa do IR.
- Tem contribuições regulares à Previdência Social (INSS ou regime próprio).
- Quer aproveitar o benefício fiscal agora, abatendo até 12% da sua renda bruta tributável.
VGBL é uma boa opção se:
- Você faz a declaração simplificada ou é isento de IR.
- É autônomo, MEI ou não tem contribuição regular ao INSS.
- Prefere pagar IR apenas sobre os rendimentos no momento do resgate.
Essa decisão deve estar alinhada com seu planejamento financeiro e tributário. Por isso, se tiver dúvidas, o ideal é conversar com um especialista antes de contratar o plano.
Lembre-se: previdência privada é um investimento de longo prazo, e escolher a modalidade errada pode impactar diretamente o quanto você vai receber no futuro.
Erros comuns ao contratar uma previdência privada
Contratar um plano de previdência privada pode ser uma ótima decisão para sua segurança financeira a longo prazo. Mas, existem alguns erros frequentes que podem comprometer os resultados desejados. Veja os principais:
Escolher PGBL ou VGBL sem entender a diferença
Esse é o erro mais comum. Muitas pessoas contratam o plano apenas com base em indicação, sem saber como funciona a tributação de cada modalidade — o que pode resultar em pagamento desnecessário de imposto no futuro.
Ignorar as taxas do plano
Planos de previdência podem cobrar taxas de administração e carregamento. Taxas altas corroem os rendimentos ao longo do tempo. Sempre compare e busque planos com custos mais baixos e boa gestão.
Escolher regime tributário errado
Selecionar o regime progressivo ou regressivo sem pensar no prazo do investimento pode custar caro. Se você pretende manter o plano por muitos anos, o regime regressivo costuma ser mais vantajoso.
Resgatar antes da hora
Retirar o dinheiro antes do prazo planejado pode gerar perda de rentabilidade e tributação mais alta. Previdência é para objetivos de longo prazo — e precisa ser tratada como tal.
Evitar esses erros é o primeiro passo para fazer a previdência privada trabalhar a seu favor.
PGBL ou VGBL: qual o melhor plano?
Escolher entre PGBL ou VGBL não é apenas uma questão técnica, mas sim estratégica. Entender a diferença entre as modalidades, saber como funciona a tributação e identificar o que faz mais sentido para seu perfil são passos essenciais para construir um plano de previdência realmente eficiente.
Mais importante do que escolher o “melhor plano” é escolher o plano certo para você. É preciso considerar sua renda, sua forma de declarar o IR, seus objetivos de longo prazo e seu momento de vida.
E você não precisa decidir isso sozinho.
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