Quem começa a investir geralmente dá os primeiros passos pela renda fixa. E não é à toa: essas aplicações oferecem previsibilidade, segurança e são ideais para quem está construindo sua estratégia financeira com cautela. Dentro desse universo, existem diversas alternativas além da tradicional poupança. E uma alternativo interessante é investir em LCI e LCA.
Esses dois investimentos têm ganhado destaque porque unem segurança, bons rendimentos e benefícios fiscais, já que tem Imposto de Renda reduzido para pessoas físicas. Além disso, ajudam a financiar setores estratégicos da economia brasileira, como o imobiliário e o agronegócio.
Se você tem interesse em investir em renda fixa e quer saber mais sobre esses ativos, esse é o lugar certo. Neste artigo, vamos explicar o que são LCI e LCA, como funcionam, vantagens e desvantagens, e como incluí-los de forma inteligente na sua carteira.
O que são LCI e LCA
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa emitidos por bancos. São uma forma de captar recursos para financiar setores estratégicos da economia: o mercado imobiliário (no caso da LCI) e o agronegócio (no caso da LCA).
Ao investir em LCI e LCA, você está emprestando dinheiro para o banco, que direciona esses recursos para operações ligadas a esses setores. Em troca, você recebe uma rentabilidade previamente definida, seja ela prefixada, atrelada ao CDI ou híbrida.
Uma característica importante é que tanto a LCI quanto a LCA contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O FGC assegura investimentos de até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de problemas com o emissor. Isso faz com que sejam considerados investimentos bastante seguros, especialmente quando comparados a alternativas de maior risco, como ações.
Assim, são instrumentos que unem baixo risco com potencial de retornos atrativos, especialmente para investidores que buscam diversificar além do Tesouro Direto e CDBs.
Como funciona investir em LCI e LCA
Investir em LCI e LCA funciona como um empréstimo que o investidor faz ao banco. Em seguida, o bando empresta esse dinheiro para produtores ruais, que usam para comprar insumos e financiar suas atividades. Em troca do empréstimo ao banco, recebe a promessa de remuneração em uma data futura. Essa remuneração pode ser de três tipos:
Prefixada: você já sabe exatamente quanto vai receber no vencimento, pois a taxa é definida no momento da aplicação.
Pós-fixada: a rentabilidade é atrelada a um índice, geralmente o CDI, acompanhando as taxas de juros do mercado.
Híbrida: combina uma parte prefixada com outra indexada à inflação (IPCA), protegendo o poder de compra no longo prazo.
Outro ponto importante é o prazo de carência. Diferente da poupança ou de alguns CDBs com liquidez diária, LCIs e LCAs exigem que o dinheiro permaneça investido até a data de vencimento estabelecida. Esse período pode variar de alguns meses a alguns anos, e não é possível resgatar o valor antes.
Um dos grandes atrativos sempre foi a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, tornando sua rentabilidade líquida bastante competitiva. No entanto, uma medida do governo institui a cobrança de uma alíquota de 5% nos rendimentos das LCIs e LCAs emitidos a partir de 2026. A tributação impacta na comparação com outros títulos, mas as mantém como uma opção atrativa, tendo uma das menores taxa entre os investimentos.
Investir em LCI a LCA: Vantagens e Desvantagens
Assim como todo investimento, as LCIs e LCAs apresentam pontos fortes e limitações. Entender esses aspectos é essencial para avaliar se eles se encaixam na sua estratégia.
Vantagens
Segurança: LCIs e LCAs são lastreadas em créditos imobiliários e do agronegócio, setores estratégicos da economia brasileira. Além disso, contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e por instituição, trazendo mais proteção.
Rentabilidade líquida competitiva: até 2024, a isenção de IR garante que o rendimento líquido seja superior a muitos CDBs ou Tesouro Selic. Mesmo com a futura taxação de 5%, a carga tributária segue muito menor que a de outros ativos de renda fixa.
Diversificação: investir em LCIs e LCAs permite variar a carteira dentro da renda fixa, com prazos e indexadores diferentes.
Desvantagens
Baixa liquidez: não é possível resgatar antes do vencimento. Isso exige planejamento financeiro para não comprometer a reserva de emergência.
Oferta limitada: a disponibilidade desses títulos varia conforme a captação das instituições financeiras. Muitas vezes, as melhores taxas estão em bancos médios, o que pode afastar investidores mais conservadores.
Risco de perder atratividade: com a chegada da nova tributação em 2026, LCIs e LCAs podem perder parte da vantagem em relação a outros produtos isentos ou mais líquidos.
Investir em LCI e LCA: ainda vale a pena após a taxação?
A grande dúvida de muitos investidores hoje é se as LCIs e LCAs ainda serão atrativas depois da implementação da nova tributação de 5%, que entra em vigor em 2026. Primeiro, precisamos entender como a tributação vai funcionar.
A partir de 2026, os títulos de LCI e LCA emitidos passarão a ter alíquota fixa de 5% de Imposto de Renda sobre os rendimentos. Essa mudança faz parte da nova reforma tributária, que também altera a forma de tributação de outros produtos de renda fixa. Com a nova regra, produtos como CDBs e Tesouro Direto deixarão a tabela regressiva atual (15% a 22,5%) para uma alíquota única de 17,5%. Porém, os títulos emitidos em 2025 permanecem com as regras atuais.
Na prática, mesmo com essa nova regra, LCIs e LCAs continuam oferecendo uma boa vantagem em relação a outras aplicações. Por exemplo, em uma LCI com rendimento bruto de 10% ao ano, o investidor hoje recebe líquido os mesmos 10%. A partir de 2026, esse valor cai para cerca de 9,5% com a nova alíquota. Já um CDB de 10% renderia líquido apenas 8,25% com a tributação de 17,5%.
Como exemplo, vamos imaginar um investimento de R$ 100.000 com rendimento de 10% ao ano durante cinco anos em uma LCI e em um CDB. Mesmo com a alíquota de 5%, o investimento em LCI teria acumulado cerca de R$ 157.423 líquidos ao final do período. Já no CDB, tributado em 17,5%, o valor seria de aproximadamente R$ 148.641. Ou seja, uma diferença de quase R$ 9.000 em favor das letras de crédito.
Assim, mesmo com o fim da isenção total, LCIs e LCAs seguem atrativas, pois preservam um diferencial tributário em relação a outros produtos. Para investidores que buscam segurança e rendimento líquido competitivo, essas aplicações continuam sendo boas opções para diversificação da carteira.
Como incorporar LCI e LCA na sua carteira
Investir em LCI e LCA pode desempenhar um papel estratégico dentro de uma carteira de investimentos em renda fixa. Por oferecerem segurança, prazos definidos e boa rentabilidade líquida, mesmo após a nova tributação, são ideais para compor a parte mais conservadora do portfólio.
Eles podem ser usados como alternativa ao CDB, ao Tesouro Selic ou até mesmo a alguns fundos, garantindo diversificação e eficiência fiscal. Para investidores que já possuem exposição em renda variável, funcionam como um contrapeso estável, ajudando a equilibrar risco e retorno.
O ponto essencial é alinhar o prazo do título com seus objetivos financeiros. Ajustando sua necessidade de liquidez, investir em LCI e LCA é uma excelente opção para preservar patrimônio e obter retornos consistentes.
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