Um dos primeiros desafios do investidor brasileiro ao expandir seus ativos para o exterior é o que chamamos de home bias. Este viés indica que um investidor aplica recursos no seu país pelo simples fato de ter nascido nele e se sentir mais confortável no seu território, e não que suas escolhas se baseiem em optar pelos melhores mercados ou ativos para seus investimentos.
Investir em dólar é crucial para a diversificação
Não raro, investidores optam por começar a globalizar seus recursos gradualmente, abrindo uma conta no exterior, convertendo reais em dólares e investindo… em empresas brasileiras! Não que haja algo de muito errado nisto – afinal, a quase totalidade dos recursos dos brasileiros já está mesmo alocada em empresas brasileiras.
Vamos lembrar que o racional de internacionalização de investimentos inclui os seguintes aspectos:
1️⃣ Deixar o dinheiro em jurisdições mais seguras e previsíveis do que a brasileira;
2️⃣ Rentabilizar o dinheiro em uma moeda forte (usualmente dólares, euros ou libras);
3️⃣ Apostar em empresas historicamente sólidas e de atuação global.
Apesar de o Brasil contar com algumas empresas muito boas, internacionalizar os investimentos e ainda assim alocar em companhias locais é uma estratégia que deixa de explorar bem o item número 3. Ainda assim, para quem quer colocar o pé na água antes de mergulhar na globalização de seus investimentos, este pode ser o primeiro passo.
Como o iShares MSCI Brazil pode ajudar você a investir em dólar
Para facilitar, existe um veículo dolarizado de investimentos que permite aplicar em dezenas de empresas brasileiras de uma só vez. Ele se chama iShares MSCI Brazil ETF.
Vejamos como ele funciona. 👇🏼
O iShares MSCI Brazil é um fundo de índice que reúne empresas brasileiras de média e grande capitalização, principalmente dos setores de energia, finanças, commodities e consumo. Ele é negociado na Bolsa de Nova York e contém, atualmente, 50 companhias listadas.
Principais Empresas no iShares MSCI Brazil para investir em dólar
Petrobras, Vale e Itaú são as empresas com maior peso no iShares MSCI Brazil, que conta ainda com ações de gigantes como Gerdau, Klabin, JBS e a própria B3, a bolsa de valores brasileira.
Confira as 10 maiores posições que compõem o fundo em julho de 2024 ⬇️
Empresa | Peso no Fundo |
---|---|
Petrobras | 17,3% |
Vale | 10,9% |
Itau Unibanco | 8,7% |
WEG | 4,4% |
Bradesco | 3,4% |
B3 | 3,4% |
Ambev | 2,8% |
Itausa | 2,8% |
Banco do Brasil | 2,7% |
Sabesp | 2,4% |
Juntas, estas 10 empresas são responsáveis por mais da metade do resultado do iShares MSCI Brazil. Portanto, caso você deseje tê-lo em carteira, é bom acompanhar as notícias e o desempenho delas para saber os rumos do seu investimento.
Risco Brasil e oportunidades
Naturalmente, o fundo é altamente exposto ao risco Brasil. Mudanças políticas, fiscais e econômicas daqui impactam diretamente no resultado do índice, para bem ou para mal.
Pelo aspecto positivo, muitas das empresas do iShares MSCI Brazil têm atuação global, o que permite que descolem um pouco dos rumos do mercado local. Porém, os bancos e empresas de energia e saneamento que compõem o fundo ficam quase que absolutamente vulneráveis ao risco nacional.
Apesar de, na América Latina, o Brasil ser o segundo maior mercado de capitais (ficando atrás apenas do México), ele representa meros 2% das movimentações globais de capital. No caso dos brasileiros, mais de 90% dos recursos são alocados localmente. Isto significa que, enquanto os investimentos mundiais se concentram em mercados mais maduros e previsíveis, como o americano e os europeus, nós optamos por deixar nossos recursos por aqui mesmo.
Portanto, apesar de, ao aplicar no iShares MSCI Brazil, o investidor conseguir diversificar a moeda e a legislação que rege o ativo, a diversificação geográfica não faz parte da estratégia. Uma possibilidade para expandir a estratégia e obter também exposição a diferentes países e continentes é ter uma parcela dos recursos dolarizados investidos no índice das maiores empresas americanas, o S&P500 (leia mais sobre ele aqui)
⚠️ A mensagem aqui é: somente o iShares MSCI Brazil não é suficiente para uma boa diversificação global. Mas ele é uma excelente porta de entrada para quem ainda se sente inseguro em escolher ativos em Nova York, Londres ou Hong Kong, por exemplo.
Como investir em dólar com o iShares MSCI Brazil
Como o iShares MSCI Brazil é listado na Bolsa de Nova York, é necessário ter uma conta em dólares com acesso a ativos americanos. Como ele é um ETF (um fundo listado em bolsa) da maior gestora de recursos do mundo, a BlackRock, praticamente qualquer conta global terá o iShares MSCI Brazil disponível. Abaixo, segue a ficha técnica do fundo:
Dados do iShares MSCI Brazil*:
- Código de Negociação em Nova York: EWZ
- Cotação: 27,84
- Taxa de Administração: 0,59% a.a.
- Variação em 1 ano: -16,62%
- Variação em 5 anos: -32,08%
- Mínima e máxima em 52 semanas: 26.84 – 35.74
*Valores de fechamento em Nova York do dia 23/07/2024
Bons investimentos!
Aviso legal
Aqui é o momento em que temos que avisar que nada neste texto configura sugestão de investimento. Para escolher boas opções para incluir em seu portfólio, estude bastante e conte com seu especialista em investimentos internacionais.