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Preço das ações: conheça os fatores que influenciam

 

O que o investidor busca no mercado ao comprar uma ação, independentemente do motivo ou prazo em vista, é vendê-la por um preço maior que o valor pago. Mas você sabe o que influencia o preço das ações? É isso que vamos te contar neste post!

Quais são os fatores que afetam o preço das ações?

Sem estudos, razões ou cautelas no momento das compras, investidores se expõem a um mercado de alto risco, necessitando que alguém esteja disposto a pagar mais pelo seu ativo para que tenha o ganho desejado. Caso a correnteza leve para o lado contrário, não há um embasamento ou uma confiança que faça o investidor manter a posição, trazendo cada vez mais volatilidade e risco ao mercado.

Agora, deixando de lado a especulação e focando nas empresas, podemos ter muito mais razões para destinar recursos para a compra de ações e esperança de valorização e retorno do investimento. Afinal de contas, são companhias, com pessoas por trás, negócios e não apenas um ticker. Quando se alonga o horizonte de investimento e o objetivo passa a ser se tornar sócio da companhia, a busca é um crescimento junto com as operações, procurando aumento de lucro, melhoria de margens, redução de despesas, tudo que se busca em uma empresa privada.

Neste sentido de investimento, onde a busca pelo retorno depende da companhia e não de outros investidores do mercado, destacamos três maneiras que podem afetar a cotação e valor da empresa no mercado: Reavaliação de Múltiplos, Dividendos e BuyBack.

 

Como a reavaliação de múltiplos impacta o preço das ações?

Em um universo de diversas empresas diferentes, é necessário que haja alguma forma de comparação entre elas. A mais utilizada é a de múltiplos de mercado, como ferramentas quantitativas que auxiliam na análise e tomada de decisões sobre investimentos de longo prazo. Um múltiplo de mercado é a relação entre o preço do mercado de uma ação e suas variáveis operacionais, como dividendos, lucros, geração de caixa, entre outras.

O objetivo dessas relações é confrontar as principais variáveis da empresa com seu preço ou números operacionais, a fim de identificar oportunidades de investimento a um preço baixo.

Quais são os principais múltiplos de mercado?

Podemos dividir os indicadores em 3 grupos principais: Valuation, Endividamento e Eficiência. Enquanto o primeiro utiliza o preço da bolsa para retornar os números, os dois últimos consideram apenas os dados operacionais que a companhia reporta em balanços trimestrais.

O maior indicador de Valuation é o P/L (preço/lucro), muito utilizado pelos investidores para saber o quão o preço da companhia está atrativo em relação a seus lucros. Para calcular o P\L é simples, basta dividir o preço da ação negociada em mercado pelo lucro por ação reportado nos últimos 12 meses.

No caso de Endividamento, o mais comum é o indicador de Dívida Líquida/EBITDA, que apresenta o tamanho da dívida da companhia com relação à sua geração de caixa operacional. Quanto aos múltiplos de eficiência, o foco fica nas margens operacionais (Margem Líquida e EBITDA), que nada mais são do que a porcentagem que o Lucro Líquido ou EBITDA representam da Receita da companhia, respectivamente.

Os múltiplos de mercado são uma boa métrica comparativa?

Múltiplos são a melhor métrica comparativa entre companhias, pois retornam índices de rentabilidade, saúde financeira e até mesmo qualidade operacional. A especulação de preços irá alterar alguns dos múltiplos de mercado, principalmente aqueles que envolvem a cotação do ativo, como Preço/Lucro ou Preço/Valor Patrimonial. No entanto, é na alteração dos múltiplos operacionais que o investidor com objetivo de alocação deve focar sua atenção.

A melhoria operacional, ou apenas a expectativa dela, irá resultar em uma melhora nos indicadores da companhia, deixando-a mais atrativa com relação às suas concorrentes e podendo aumentar sua visibilidade, o que, em teoria, valorizaria a cotação de mercado. Por exemplo, uma redução de dívida melhora a saúde financeira e reduz o risco de falência da companhia, reduzindo seus múltiplos de endividamento. O mesmo acontece com reduções de custos e despesas, que elevam margens operacionais e lucros, tornando a empresa mais atrativa.

Esta atratividade é que traz fluxo comprador para as ações da companhia, com um maior otimismo de crescimento e rentabilidade. A melhoria em múltiplos operacionais (Endividamento e Rentabilidade) traz, por consequência, uma melhoria nos múltiplos de Valuation, influenciando diretamente o preço da ação. Esta alteração sistemática pelo mercado é o que chamamos de Reavaliação de Múltiplos.

Se você quer aprender a investir em ações, assista esse vídeo: 

 

Como os dividendos e a distribuição de lucros influenciam o preço das ações?

Talvez esta seja a prática mais atrativa para investidores iniciantes ou com patrimônio consolidado em busca de renda passiva. Consiste na distribuição de valores aos acionistas, como forma de remuneração pela participação na companhia, de acordo com o lucro gerado operacionalmente. A distribuição de dividendos evidencia uma solidez financeira da companhia, reportando lucros, gerando caixa e crescimento em suas operações a ponto de poder distribuir seus lucros – após investimentos internos – para os acionistas.

Quais são as ações boas pagadoras de dividendos?

As principais companhias conhecidas por pagarem bons dividendos de forma regular estão no setor elétrico, principalmente no segmento de transmissão. Isso ocorre porque essas empresas trabalham com contratos longos de operação. Esse horizonte de contrato permite a previsibilidade de receitas e o planejamento de custos e despesas. Desta forma, há mais segurança e menor necessidade de manter valores em caixa, resultando em grandes remunerações aos acionistas. Porém, o mercado já conhece essa prática e o preço das ações dessas empresas já embute dividendos futuros. O ganho de capital com a valorização, portanto, pode ser menor.

Dividend Yield: o múltiplo comparável do investimento em dividendos

Da mesma forma que investidores utilizam múltiplos operacionais para avaliar a saúde da companhia, o investimento em dividendos também tem o seu múltiplo comparável: o Dividend Yield. Ele considera a taxa de retorno do capital do acionista nos últimos 12 meses sobre o preço de uma ação negociada em bolsa naquele momento. Em geral, quanto maior o resultado dessa relação, melhor para o acionista. Esse indicador é muito comparado à taxa livre de risco. Assim, ele compara o quanto a empresa pode retornar de valor contra um retorno garantido pela Renda Fixa.

Porém, o que devemos ter em mente é que a distribuição de dividendos não gera valor para a companhia. Ou seja: pode ser uma prática atrativa a investidores, mostrando uma solidez da empresa, mas ela não cresce por distribuir seus lucros. Pelo contrário, quando há o pagamento de proventos aos investidores, a companhia diminui de tamanho. O valor que possuía em caixa, pois, com possibilidade de investimento interno, foi destinada a terceiros. O que acontece no dia em que há a distribuição dos dividendos é um ajuste na cotação da ação no mercado exatamente no valor pago. Ou seja: o valor que a empresa pagou diminuiu seu tamanho.

Como o Buyback (Recompra de Ações) afeta o preço das ações?

Outra maneira de destinar o caixa excedente de uma companhia saudável, além do reinvestimento e distribuição de proventos, consiste na recompra de suas próprias ações. Essa operação é chamada no mercado de Buyback. Dentre os objetivos desta prática estão a remuneração aos acionistas, impedir que um determinado player se torne controlador da companhia e, em último caso, investimento.

Uma outra situação possível

Uma outra situação para que a empresa decida comprar suas ações é quando avalia que o preço delas está abaixo do valor intrínseco. Isso acontece em momentos de grande queda no mercado e consequente desvalorização da ação. Nessa estratégia, uma recompra deve ser feita somente se houver certeza do movimento irracional perante o ativo.

O caso de investimento é mais delicado e não tão utilizado no Brasil, visto que há normas da CVM que regulamentam a recompra de ações. Elas estipulam que as empresas podem negociar suas próprias ações apenas em casos de aquisição para manutenção em tesouraria ou cancelamento delas. Além disso, elas necessitam de uma série de aprovações do conselho e sendo limitada à quantidade de ações em tesouraria em 10% do total.

Outro impacto para os acionistas é que, caso as ações adquiridas tenham como destino o cancelamento, o lucro distribuído aos que não venderam os papéis aumenta. Isso porque, com menor número de ações em circulação, a parcela do capital da empresa representada por cada ação torna-se maior. Dessa forma, a cotação da ação no mercado tende a subir, devido à escassez, o que remunera indiretamente o acionista.

Quais economias utilizam o buyback?

O buyback é amplamente utilizado nos mercados desenvolvidos, onde há a tributação de dividendos. Isso ocorre por que a remuneração por ganho de capital ou proventos terá incidência de diferentes alíquotas de imposto de renda, trazendo atratividade para a prática de recompra de ações. No entanto, no Brasil os dividendos ainda são isentos de IR. Por isso, a prática não é muito difundida, sendo utilizada em casos de gestão tributária ou, no extremo, falta de oportunidade de uso de tais recursos.

 

Oportunidades em vista – Verdade ou Mito?

Apesar de todos os indicadores utilizados em avaliações das empresas, os números encontrados e informações obtidas são relativos. Múltiplos baixos não necessariamente indicam uma empresa barata. Isso pois pode haver fatores de riscos não quantificáveis, como risco setorial, governança corporativa não confiável e uma fraca geração de caixa. Um alto pagamento de dividendos pode ser um pagamento de proventos acima de sua capacidade financeira, não sustentável a longo prazo. No entanto, ocasiona um Dividend Yield atrativo. Já uma divulgação de uma recompra de ações agressiva dá indícios de que a companhia não enxerga oportunidades de investimento em seu setor ou em suas operações que possam ter um retorno interessante.

Ao mesmo tempo que abrem oportunidades de valorização, o alerta de risco deve ser ligado. A melhor maneira de reduzir risco é o estudo, entendimento da companhia e alocação de ativos, com uma diversificação de acordo com o perfil de risco e objetivos de investimento.

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O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

01. Segurança
Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

03. Fácil acesso
Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

01. Segurança
As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

01. Isento de Imposto de Renda
Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.