Agronegócio Global

Investindo no Agronegócio Global em Dólares

Neste texto você vai aprender:

Que o agro é um setor inabalável e de constante crescimento no Brasil, não é novidade para ninguém. Por isso, proliferam possibilidades de investimento como Certificados de Recebíveis e Letras de Crédito do Agronegócio, Fundos Imobiliários focados no setor e ações de boas companhias das quais o investidor pode se tornar acionista. Agora, sua carteira de investimentos já conta com ativos do agronegócio global? Se ainda não é o caso, este texto te traz algumas opções de investimentos dolarizados no agro americano e mundial.

Aposto que você não sabia

Você deve ter aprendido na escola que o processo de domínio agrícola que permitiu o surgimento das civilizações antigas começou cerca de 10.000 a.C. O que é mais curioso sobre esse processo civilizatório é que as técnicas de manejo de animais e plantas surgiram quase que simultaneamente (em termos históricos) em diversos lugares do mundo que não tinham contato uns com os outros.

Por exemplo:

🍞 no Crescente Fértil (que abarca parte dos atuais Oriente Médio e norte do continente africano) foram domesticados trigo e cevada,
🌽 na Mesoamérica foram desenvolvidas culturas como milho, feijão e abóbora,
🍚 na China, o arroz e a soja foram os protagonistas,
🍠 na região dos Andes, a batata e a quinoa foram as principais culturas.

Parece que a raça humana decidiu quase que de uma só vez firmar raízes.

🐣 Nasceu assim

Devido ao amadurecimento dos mercados de capitais ao redor do mundo, os mais tradicionais instrumentos de investimento financeiro no agronegócio estão concentrados em empresas e ativos da América do Norte e da Europa Continental. Portanto, vou focar nestes tipos de investimentos.

Os ativos financeiros atrelados ao agro se popularizaram em meados do século XIX, com a criação da Bolsa de Chicago, a expansão das ferrovias americanas e o surgimento do mercado futuro de commodities.

No período pós-guerra do século XX, avanços tecnológicos permitiram a expansão de fazendas de larga escala e alta produtividade, o que deu outro impulso no mercado de capitais agrícolas para financiar tais projetos.

Nas últimas décadas, com o surgimento da agenda ESG, diversas novas classes de ativos foram criadas: créditos de carbono, ações de empresas sustentáveis, títulos verdes, fundos imobiliários da cadeia do agro (tanto os Fiagros aqui no Brasil como os REITs lá fora).

Ou seja, opções de agronegócio global são milhares. Vejamos algumas.

Como investir no agronegócio global?

1️⃣ Investindo através de Ações

Apesar de ser uma das indústrias mais antigas e vitais para a raça humana, empresas do agronegócio listadas em bolsas de valores são mais raras do que se imagina. A maior empresa do setor no mundo, a Cargill, por exemplo, segue sendo privada e não negocia ações publicamente.

Dentre as listadas em bolsa, temos algumas gigantes, como John Deere, Bayer, Bunge, Yara e Monsanto. Por sua facilidade de compra em Nova York, trago abaixo as informações sobre as ações da John Deere e da Bunge.

🚜 Ficha técnica das ações da JOHN DEERE*:

  • Valor de Mercado da Companhia: US$ 112 bilhões
  • Cotação da Ação: US$ 397,05
  • Código de Negociação em Nova York: DE
  • Mínima e Máxima em 52 semanas: US$ 345,55 – 450,00
  • Variação em 1 ano: -3,83%
  • Variação em 5 anos: +139,72%
  • Atuação: fundada em 1837, a Deere & Company atua predominantemente no setor de maquinário agrícola, de construção e florestal. Opera em mais de 100 países e tem faturamento anual superior a US$ 50 bilhões.

🫛 Ficha técnica das ações da BUNGE*:

  • Valor de Mercado da Companhia: US$ 14 bilhões
  • Cotação da Ação: US$ 99,86
  • Código de Negociação em Nova York: BG
  • Mínima e Máxima em 52 semanas: US$ 86,10 – 116,59
  • Variação em 1 ano: +4,54%
  • Variação em 5 anos: +90,54%
  • Atuação: essa é ainda mais antiga – foi fundada em 1818. Tem atuação abrangente que se estende da originação e processamento de grãos e oleaginosas até a produção de alimentos e ingredientes para o consumidor final.

*Valores de fechamento em Nova York do dia 26/03/2024

2️⃣ Investindo através de Fundos

Se você preferir, pode investir no agronegócio mundial através de ETFs. Duas opções são:

🐂 VanEck Agribusiness ETF

  • Código de Negociação em Nova York: MOO
  • Taxa de Administração: 0,53% a.a.
  • Estratégia: fundo que contém empresas cujo faturamento vem majoritariamente de saúde animal, fertilizantes, sementes e equipamento de irrigação, pesca, pecuária e cultivo.

🥩 iShares MSCI Agriculture Producers ETF

  • Código de Negociação em Nova York: VEGI
  • Taxa de Administração: 0,39% a.a.
  • Estratégia: investe em empresas de países desenvolvidos e emergentes em toda a cadeia do agro, desde a produção de agroquímicos até alimentos e carnes embalados.

3️⃣ Investindo através de REITs

Os Real Estate Trust Funds são veículos de investimentos que não existem no Brasil, mas que na prática se assemelham muito aos nossos Fundos Imobiliários. 

Ao aderir a um REIT, o investidor delega a administração dos recursos aportados para que um gestor faça investimentos em setores derivados do imobiliários. Dentre eles, o agronegócio.

Vejamos dois REITs de agro com diferentes estratégias de investimento.

🌾 Gladstone Land Corporation

  • Código de Negociação em Nova York: LAND
  • Valor de Mercado: US$ 486 bilhões
  • Estratégia: um REIT que adquire fazendas com terras de alta qualidade e que têm produção e colheitas permanentes.

👨🏼‍🌾 Farmland Partners Inc.

  • Código de Negociação em Nova York: FPI
  • Valor de Mercado: US$ 524 bilhões
  • Estratégia: um REIT que detém terras de alto poder produtivo e que concede crédito a agricultores utilizando fazendas como garantia.

Bons investimentos!

Aviso legal
Aqui é o momento em que tenho que avisar que nada neste texto configura sugestão de investimento. Para escolher boas opções para incluir em seu portfólio, estude bastante e conte com seu especialista em investimentos internacionais.

Quer receber textos sobre ativos internacionais no seu email? Inscreva-se na Ativos Globais, clicando no banner abaixo.

5/5 - (2 votes)
Compartilhe

Assine nossa newsletter!

O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

01. Segurança
Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

03. Fácil acesso
Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

01. Segurança
As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

01. Isento de Imposto de Renda
Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.