2022 começou com a Taxa Selic em 9,25% e atualmente o índice já está em 13,75%. No entanto, esse número não chegava aos dois dígitos há mais de quatro anos. O aumento foi anunciado de forma consecutiva pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ao longo de 2021, com o objetivo de conter a inflação. Para os investidores, porém, essa pode ser uma ótima notícia. Leia este artigo para saber em que investir com a Taxa Selic em alta.
Economistas do mercado financeiro projetam que a Selic continue em elevação até o final deste ano, o que configura uma boa oportunidade para avaliar investimentos de renda fixa e pós-fixados. Para te guiar por esse cenário, os especialistas da Faz Capital explicam os principais caminhos para a rentabilidade diante da alta da Taxa Selic. Mas antes entenda a importância desse indicador para a nossa economia.
O ponto de referência da economia
Quem ainda lembra da remarcação constante de preços, muitas vezes vertiginosa e mais de uma vez ao dia, conhece bem o fantasma da hiperinflação. Ele assombrou os brasileiros até os anos 90, com a chegada do Plano Real. E o Sistema Especial de Liquidação de Custódia (Selic), criado em 1979, foi essencial para que houvesse o controle da inflação.
O sistema registra diariamente todas as operações relacionadas a títulos do Tesouro Nacional. A taxa média resultante dessas negociações diárias configura a Taxa Selic. Primordialmente, ela é a taxa de juros básica da economia brasileira, a referência para a maioria das outras taxas de juros da economia. A Selic tem impacto sobre qualquer transação envolvendo juros, seja empréstimo, financiamento ou investimento. Para atuar como meta no controle da inflação, a Taxa Selic é definida a cada 45 dias pelo Copom.
Sempre que o comitê opta por elevar a taxa, os investimentos que usam a Selic como indexador ficam mais rentáveis. É o que ocorre em 2022. A Taxa Selic chegou a 10,75% menos de um ano depois de ter atingido a mínima histórica de 2% ao ano.
Por que há essa tendência de Taxa Selic em alta?
O nível mais baixo da Taxa Selic, registrado entre agosto de 2020 e março de 2021, foi provocado em grande parte pelo efeito da pandemia sobre a economia global. Bancos centrais ao redor do mundo adotaram a redução de juros como medida para aquecer as economias locais.
As razões para o aumento significativo em poucos meses também passam pela conjuntura internacional. A recuperação financeira de alguns setores da economia internacional levou ao aumento de preço das commodities. Da mesma forma, a crise enfrentada pela cadeia global de produção e logística resultou em alta nos preços de insumos e bens intermediários para a indústria. No mercado interno, as pressões da instabilidade política sobre a taxa de câmbio colaboraram para a alta na inflação.
Mas qual a relação da Selic com a inflação?
Dois efeitos da taxa básica de juros afetam nossas vidas no dia a dia:
- 1. Ela impacta no custo do crédito oferecido por instituições financeiras.
- 2. Serve de referência para remunerar investimentos.
- Quando ela sobe, tanto o crédito fica mais caro quanto o poupador fica mais estimulado a aplicar suas reservas, em vez de gastá-las. Ambos reduzem o consumo das pessoas e, pela lei de oferta e demanda, os preços tendem a cair. Da mesma forma, uma Selic mais baixa barateia o crédito e torna o ato de poupar menos rentável, estimulando as pessoas a gastar. O resultado? Mais gastos, mais demanda, maiores preços.
No cenário atual, diante da alta acelerada da Taxa Selic e da previsão de aumento contínuo do índice ao longo do ano, até os investidores mais cautelosos podem garantir bons rendimentos.
Onde investir com a Taxa Selic em alta?
Alguns investimentos considerados conservadores e nem tão atraentes se tornam mais rentáveis nesse cenário. É o momento propício para investir em modalidades de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto atrelados à Taxa Selic, em fundos simples sem taxa de administração ou em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com rentabilidade perto de 100% do Certificado de Depósitos Interbancários (CDI), cuja taxa é similar à Selic. Essas opções oferecem rendimentos acima da poupança e possibilidade de liquidez diária.
Para quem deseja investir além da reserva de emergência, com retorno em até um ano, a modalidade de títulos de bancos médios e pequenos é uma boa opção. Muitos deles são isentos de Imposto de Renda, assim como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), vinculadas ao CDI.
Investidores mais ousados podem ser atraídos pela alta rentabilidade de títulos prefixados ou com retorno de 130% do CDI em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Essas modalidades são mais arriscadas por impedirem a retirada do dinheiro antes do vencimento. Antes de fazer esse tipo de investimento, é essencial checar a nota de crédito do banco emissor. Caso o banco enfrente problemas financeiros, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ressarce o investidor até o limite de R$ 250 mil por CPF, por instituição.
Cada investidor tem seu próprio perfil e cada investimento deve se alinhar aos seus objetivos e perfil. Os assessores financeiros da Faz Capital reúnem o conhecimento e a experiência para traçar o mapa personalizado dos seus rendimentos.