Risco fiscal

Como o risco fiscal afeta a economia brasileira e como minimizá-lo?

Neste texto você vai aprender:

Cada vez mais as palavras “risco fiscal” estão presentes na mídia, e há uma razão clara para esse crescimento. Hoje, há muitas preocupações acerca dos problemas fiscais do país; o desafio não é unicamente brasileiro mas, sem dúvidas, muitas nações poderiam aprender com a nossa sobre o que não fazer com as contas públicas de um país (ironicamente triste, sim).

A ideia desse artigo é explorar como o risco fiscal afeta o mercado e a economia brasileira e discutir o que podemos fazer para minimizá-lo. Afinal, a falta de disciplina fiscal, os altos níveis de endividamento público e a possível deterioração da credibilidade do país podem ter um impacto negativo no crescimento econômico, investimentos e até mesmo no nosso dia a dia.

Preparado para tirar suas dúvidas?

O que é risco fiscal?

Para manter um quadro de equilíbrio das contas públicas, o governo federal precisa arrecadar mais dinheiro do que gasta. No famoso “economês”, a gente diz que as receitas do governo devem superar os gastos públicos. Quando as despesas de um país são maiores do que as receitas, ele entra em déficit fiscal – ficando em uma posição de devedor.

Não é preciso ser nenhum mestre em finanças para chegar à conclusão de que esse cenário não é nada bom. Com esforços para reverter essa situação, normalmente as autoridades elaboram um plano de metas fiscais para controlar gastos e aumentar a arrecadação.

No entanto, por uma série de fatores econômicos e políticos, nem sempre isso é possível. E quando o governo não consegue conter o crescimento acelerado da dívida, o mercado financeiro começa a falar em risco fiscal, que seria o perigo de que a situação fiscal alcance um patamar incontrolável. Qualquer semelhança com o que estamos vivendo não é mera coincidência.

O impacto do risco fiscal na economia brasileira

O impacto é bem significativo quando um país tem sérios problemas fiscais. Com as incertezas sobre sua saúde financeira, os investidores tendem a se tornar mais cautelosos em fazer investimentos de longo prazo. Isso resulta em uma redução do investimento privado, o que afeta negativamente o crescimento econômico. 

Além disso, um alto risco fiscal pode levar a um aumento do custo de captação de recursos, já que os investidores exigem taxas de juros mais altas para compensar o risco adicional. Isso pode levar a um aumento da dívida pública e a uma maior pressão sobre as finanças do governo.

E quem acha que o risco fiscal de nada impacta a trajetória inflacionária de um país ou sua taxa de câmbio, está muito errado. Quando há incertezas em relação à saúde financeira de uma nação, os investidores podem perder confiança na moeda local e buscar refúgio em moedas mais estáveis, como o dólar americano.

Isso desvaloriza a moeda local e gera um aumento dos preços dos produtos importados, levando a constantes pressões inflacionárias. A saída para esses problemas gira em torno de criar um ambiente econômico mais estável, adotando medidas realmente eficazes para tornar esse risco fiscal irrelevante.

Sinceramente? O Brasil ainda está longe disso.

Dá para medir o risco fiscal?

Existem vários indicadores que podem ser usados para avaliar o risco fiscal de um país. 

No caso do Brasil, basicamente a gente considera:

  • nível de endividamento público;
  • déficit fiscal;
  • relação entre a dívida pública e o PIB;
  • capacidade do governo de cumprir suas obrigações financeiras.

O nível de endividamento indica a capacidade do governo de pagar suas dívidas. Quando o endividamento público é alto, há um maior risco de inadimplência e uma maior pressão sobre as finanças do governo. O déficit fiscal, por sua vez, mostra o desequilíbrio entre as receitas e as despesas do governo. Um déficit fiscal alto indica uma maior dependência de empréstimos e pode levar a um aumento da dívida pública.

Já a relação entre a dívida pública e o PIB é outro indicador relevante do risco fiscal. Quanto maior essa relação, maior é o risco de insolvência do governo. Além disso, a capacidade do governo de cumprir suas obrigações financeiras, como pagar salários e serviços da dívida, é um indicador importante. Quando o governo não consegue cumprir suas obrigações, isso pode levar a uma deterioração da confiança dos investidores e a um aumento do risco de inadimplência.

É possível minimizar o risco fiscal do Brasil: será?

Responsabilidade fiscal. Isso deveria ser o mínimo demonstrado por qualquer governo, mas nem sempre é assim.

Para melhorarmos a percepção dos agentes financeiros acerca da situação fiscal do nosso país, algumas medidas podem ser tomadas.

📖 Melhorar a transparência e a eficiência dos gastos públicos

Isso pode ser feito por meio de uma melhor gestão dos recursos públicos, redução do desperdício e combate à corrupção. Além disso, é essencial que o governo adote uma política fiscal responsável, evitando déficits excessivos e garantindo que as despesas sejam sustentáveis no longo prazo.

De qualquer forma, no Brasil isso parece ser quase impossível de colocar em prática.

🚀 Implementação de reformas estruturais para fortalecer a economia e melhorar a eficiência do setor público

Isso inclui reformas no mercado de trabalho, no sistema previdenciário e na educação, entre outros. Essas reformas podem ajudar a impulsionar o crescimento econômico e reduzir a dependência de empréstimos para financiar o déficit fiscal.

🤝🏼 Estabilidade política e fortalecer as instituições democráticas

A instabilidade política pode aumentar o risco fiscal, uma vez que os investidores podem perder confiança na capacidade do governo de cumprir suas obrigações financeiras. Portanto, é importante fortalecer as instituições democráticas, promover a transparência e a prestação de contas.

O setor privado pode ajudar!

Sim, o setor privado pode ser protagonista em soluções para esse problema.

Quando ele faz investimentos de longo prazo, contribui para o crescimento econômico e reduz a dependência de empréstimos para financiar o déficit fiscal. Além disso, o investimento privado pode ajudar a impulsionar a inovação e melhorar a eficiência do setor produtivo, o que pode levar a um aumento da produtividade e do crescimento econômico.

Além disso, a geração de empregos também pode ser uma fonte de contribuição. Quando há um maior número de empregos disponíveis, isso reduz a dependência das famílias em relação aos programas sociais do governo e contribui para uma maior estabilidade social.

O Brasil pode aprender com outros países

Exemplos de países que conseguiram minimizar o risco fiscal não faltam.

O Chile, por exemplo, adotou medidas eficazes para controlar o endividamento público e melhorar a eficiência do setor público. Já a Suécia adotou medidas para promover a responsabilidade fiscal e reduzir o endividamento público. Ela implementou reformas no mercado de trabalho e no sistema previdenciário, principalmente, para fortalecer a economia e promover a sustentabilidade fiscal.

Esses exemplos mostram que é possível minimizar o risco fiscal, apenas precisamos de governantes responsáveis o suficiente para equilibrar as contas públicas.

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O que são?

Um fundo de investimento é uma aplicação financeira que reúne recursos de diversos investidores, com o objetivo de investir esse capital em um conjunto diversificado de ativos financeiros. Esses ativos podem incluir ações, títulos de dívida, imóveis, moedas estrangeiras, entre outros.

A administração e a gestão do fundo são feitas por um gestor profissional, que toma decisões de investimento visando maximizar os rendimentos e minimizar os riscos para os participantes.

Por que investir?

01. Gestor profissional
Contratação dos serviços de um gestor profissional para rentabilizar investimentos.

02. Baixo custo de operação
Baixo custo de operação de investimentos.

03. Estratégias avançadas
Acesso a uma infinidade de estratégias.

Pra quem?

Por englobarem todas as possibilidades de estratégias do mercado financeiro, são indicados para todos os tipos de investidores.

O que varia serão os perfis de risco dos fundos que comporão a carteira conforme as necessidades, expectativas e possibilidades de cada investidor.

O que é?

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. Lançado em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos.

Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, tem uma boa rentabilidade e liquidez diária, sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Por que investir?

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Ativos 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

02. Variedade
Opções conforme os seus objetivos.

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Não é preciso um aporte muito grande para começar

Pra quem?

Na verdade, o Tesouro Direto é indicado para todos os investidores.

Como os demais ativos de renda fixa, até mesmo os investidores mais arrojados podem utilizar os títulos do Tesouro Nacional para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Ações representam uma pequena parte na sociedade de uma grande empresa. Ao adquirir uma, você se torna sócio daquele negócio e recebe os proventos proporcionais à sua participação.

Ao deter esses papeis, o investidor passa a receber dois tipos de pagamentos: dividendos e juros sobre capital próprio. Os valores dependem do lucro gerado pela empresa.

Por que investir?

01. Longo prazo
Rendimentos esperados maiores em prazos longos, frente à baixa rentabilidade atual dos ativos de menor risco.

02. Renda Recorrente
Possibilidade de obtenção de renda recorrente, através de dividendos e juros sobre capital próprio.

03. Diversificação
Possibilidade de construir um portfólio com variados níveis de risco e volatilidade e adaptar rapidamente a carteira em caso de mudanças no mercado.

Pra quem?

Ações são indicadas para quem tem perspectiva de retornos de médio e longo prazo e tem maturidade para entender que quedas são naturais e que é necessário ter um acompanhamento constante do portfólio, seja pelo próprio investidor ou por um assessor profissional.

Ao contrário do senso comum, ações não são apenas para investidores agressivos e arrojados – carteiras de perfil moderado também podem fazer uso delas. O mercado de capitais é muito vasto e é versátil, sendo possível elaborar composições variadas de ações.

O que é?

Ativos de renda fixa são aqueles cujas regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição. Na hora de investir, você já se sabe quais são o prazo e o critério de remuneração do ativo.

Os principais investimentos desta classe são CDBs, CRAs e CRIs, as LCAs e as LCIs, debêntures e títulos do Tesouro Nacional.

Por que investir?

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As regras de rendimento são definidas antes de sua aquisição.

02. Previsibilidade
Na hora de investir, já se sabe o prazo e o critério de remuneração do ativo.

03. Variedade de ativos
As opções permitem a diversificação de estratégias.

Pra quem?

Apesar de serem ativos conservadores, são indicados para todos os investidores. Para aqueles que priorizam a segurança do capital e preferem retornos mais estáveis, a renda fixa é uma ótima escolha. Ela garante que o investidor não será surpreendido por grandes oscilações no valor do investimento.

Mesmo aqueles mais arrojados podem utilizar a renda fixa para sua reserva de emergência e para buscar maiores rentabilidades no mercado secundário.

O que são?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são fundos que captam recursos de investidores e procuram obter rentabilidade no mercado imobiliário.

Isso é feito através de incorporação de empreendimentos, compra de lajes de corporativas, residências e galpões logísticos para aluguel ou até mesmo compra e venda de direitos de crédito e dívidas do setor.

Por que investir?

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Recebimento de renda mensal, isenta de imposto de renda.

02. Renda mensal
Possibilidade de investir em imóveis sem precisar administrá-los.

03. Não imobilização do patrimônio
Poder investir em imóveis sem imobilizar o capital.

Pra quem?

Os FIIs são indicados para quem deseja obter renda mensal a partir de seus investimentos e para quem pretende investir em imóveis a partir de pequenos valores.

Uma de suas principais características é que eles precisam distribuir aos cotistas pelo menos 95% dos rendimentos recebidos em sua operação todos os meses, o que faz com que sejam um excelente ativo para obtenção de renda recorrente.