Você sabe o que faz uma asset? É o que você vai descobrir aqui!
Para começarmos, uma pergunta: quais variáveis você analisa antes de escolher seus investimentos? Rentabilidade, segurança e prazo nós temos certeza que você analisa. Quem é o banco ou a empresa emissora e o quão sólidos eles são já é tarefa para investidores mais engajados e estudiosos.
Agora, quantos investidores prestam atenção na empresa que faz a gestão dos fundos e ativos onde investem? Você seria um deles?
Estamos falando das gestoras de fundos ou, no jargão do mercado financeiro, empresas de “asset management” ou simplesmente “as assets”. Neste artigo, vamos chamar essas gestoras de recursos assim mesmo, de assets.
Qual é o papel de uma asset?
Uma asset tem duas atividades de destaque no mercado financeiro: a administração e a gestão de fundos de investimentos.
Sabe a diferença entre essas duas atividades?
1️⃣ Administração de fundos: é a organização burocrática dos investimentos dos cotistas. Inclui registro dos participantes do fundo, emissão de relatórios, envio de cartas e comunicados, convocação para assembleias, realização e registro de atas de reuniões de cotistas, atendimento de dúvidas e reclamações destes, adequação das operações do fundo à legislação e suas alterações etc.
Em resumo, tudo o que for burocraticamente necessário para que o fundo de investimentos exista e opere.
2️⃣ Gestão de fundos: é a parte efetivamente de investimentos. Os especialistas e analistas da asset empregam seu conhecimento frente às condições de mercado e fazem as operações de compra e venda de ativos no mercado financeiro para obter rentabilidade para os cotistas, dentro dos parâmetros definidos para cada fundo específico (DI, crédito privado, fundo de ações, multimercado etc).
Por que é importante escolher uma boa asset?
Obviamente, a parte de administração interessa muito pouco ao investidor. Contanto que o fundo opere dentro da normalidade, cumprindo normas e prestando as informações básicas ao cotista, isto é suficiente.
É na parte da gestão de ativos que ser criterioso nas escolhas é mais importante. Afinal, é com base na experiência e capacidade dos analistas da asset que bons resultados de rentabilidade, volatilidade e liquidez dos recursos são obtidos.
Como avaliar a qualidade de uma asset?
✅ Tempo de operação
Verifique se a asset já resistiu ao teste do tempo. Não é incomum assets jovens obterem excelentes resultados nos primeiros anos de operação (talvez por condições favoráveis de mercado, talvez por sorte, talvez por competência) e nos anos seguintes retornarem para a média do mercado ou pior. Analise se os resultados desde a criação dos fundos são consistentes.
✅ Rotatividade de fundos
Uma tática comum de assets que querem maquiar sua performance é descontinuar fundos com resultados ruins e manter em operação somente os bons.
Assim, por exemplo, uma asset que lança 3 fundos de ações, 3 de renda fixa e 3 da classe multimercado, depois de alguns anos, escolhe encerrar os dois de cada categoria com piores resultados e alardear por meio de sua equipe de marketing os excelentes retornos dos três que sobraram. Vai parecer que eles são ótimos quando, na verdade, a asset só jogou a sujeira para debaixo do tapete.
✅ Capacitação e experiência dos analistas
Quem comanda as equipes de alocação de ativos dos fundos da asset? Profissionais testados pelo mercado ou aventureiros com teses não validadas pelo tempo e pelos resultados?
Pode dar um pouco de trabalho, mas estudar o currículo dos operadores que ditam a destinação dos recursos dos cotistas pode oferecer informações valiosas sobre se os fundos da asset devem performar conforme o esperado ou não.
✅ Custos dentro da média de mercado
O investidor brasileiro está muito acostumado a prestar atenção ao histórico de rentabilidade dos ativos e fundos disponíveis (e muitas vezes escolhendo onde colocar seu dinheiro com base em retorno passado), mas não está tão bem treinado para avaliar os custos envolvidos.
Para verificar se uma asset cobra valores não condizentes com o serviço entregue, o investidor deve comparar fundos de classes equivalentes disponíveis no mercado, principalmente os disponíveis em corretoras.
Uma regra de ouro que pode ser útil é comparar as taxas de administração e performance de fundos com os disponibilizados por bancos. Se o fundo em comparação tem custo próximo aos de um grande banco, você provavelmente está pagando muito caro para investir.
Ah, falando em corretoras e bancos. É comum ao investidor iniciante se confundir com os principais players do mercado financeiro. Vamos ajudar a desconfundir.
- Bancos de investimento onde se pode investir incluem BTG, Safra e Master (lembra-se de fugir de investimentos nos bancões comerciais).
- Corretoras onde se pode investir incluem XP, Guide, Rico e Órama (cada uma com suas vantagens e desvantagens, dependendo do perfil de usuário).
- Assets estabelecidas no mercado brasileiro incluem Kinea, Patria, Kapitalo, Arx, Verde e BlackRock.
Aliás, esta última, apesar de no Brasil estar lá pela quinquagésima posição em patrimônio líquido sob gestão, é a maior gestora de recursos do planeta!
Quem é a BlackRock
Operando desde 1988, a BlackRock tem um papel de predominância nas finanças globais. Ao longo de sua história, se expandiu também através da aquisição de outros grandes players do mercado.
Em 2006, adquiriu a Merrill Lynch Investment Management, o que permitiu a expansão de sua rede de varejo e lhe deu mais alcance global. Em 2009, comprou a operação da Barclay’s Global Investors (BGI), já na época se tornando a maior asset do mundo.
A BlackRock é detentora da marca iShares, famosa coleção de fundos listados em bolsas de valores ao redor do mundo e referência global no segmento. A iShares é em grande parte responsável pela popularização dos ETFs dentre os investidores comuns, tanto no Brasil quanto no exterior.
ETFs são fundos que funcionam como pacotes temáticos de investimentos negociados em pregão que facilitam a vida do investidor na hora de escolher os ativos de seus portfólios. ETFs popularizados pela iShares incluem:
👉🏼 S&P 500 (principal índice da Bolsa de Nova York)
👉🏼 Emerging Markets (que permitiu fácil acesso a mercados emergentes)
👉🏼 Small Caps (para investimentos em pequenas empresas listadas com imenso potencial de crescimento),
👉🏼 Além dos específicos para China, Índia, Coreia do Sul, África do Sul e Europa (mercados dificilmente acessados por investidores de varejo).
A lista de ETFs da BlackRock é realmente impressionante. Caso queira consultá-la, está disponível aqui. São literalmente centenas de opções!
Hoje, a BlackRock tem aproximadamente US$ 10 trilhões sob gestão. Isso mesmo, DEZ TRILHÕES de dólares. A segunda e a terceira colocadas, Vanguard e Fidelity, têm respectivamente mais de US$ 7 trilhões e mais de US$ 4 trilhões.
Em comparação, a maior gestora do Brasil, a BB Asset Management, tem R$ 1,4 trilhão sob custódia (equivalentes a menos de US$ 300 bilhões ou cerca de trinta vezes menos que a BlackRock). Em um ranking a global, a BB Asset não entra nem nas 100 primeiras.
BlackRock e Conexão Investidor: essa é uma parceria que você não pode perder
Na última semana, uma aposta foi tema de discussão nas redes sociais da Faz Capital: A BlackRock vem colocando suas fichas no Japão. A maior gestora da Terra, com mais de US$ 10 trilhões sob gestão, tem destacado diversos motivos que podem justificar a exposição dos investidores ao país.
Isso porque o principal índice de ações do Japão, o Nikkei 225, fechou no patamar mais alto dos últimos 34 anos na última semana. A valorização já chega a 14% nos primeiros 45 dias de 2024, e dá sequência ao rali de mais de 28% que atingiu em 2023.
Para a BlackRock, o brilho da bolsa japonesa vai se repetir este ano.
E essa é apenas uma das suas teses atuais. Sabendo disso, não poderíamos ignorar a potência de conhecimento que os especialistas da maior gestora do mundo poderiam passar a você.
Agora, temos uma ótima notícia: BlackRock é presença confirmada no Conexão Investidor! A Segunda Edição do evento contará com a presença de Nicolas Gomez, Head de ETFs, investimentos em índices e produtos da BlackRock para América Latina, e Cristiano Castro, Diretor do segmento wealth da BlackRock Brasil.
Nos dias 19 e 20 de março você assistirá a edição do evento mais aguardado do ano.
Naturalmente, tamanho não é documento e o investidor não deve escolher uma asset a quem confiar seu dinheiro com base no AUM, o patrimônio sob gestão. Deve, sim, se atentar aos quesitos mencionados ali acima e tomar decisões informadas, seja por meio de pesquisa própria ou com o suporte de profissionais especializados do mercado financeiro.